'Gangue do maçarico'

Com maçaricos, dupla suspeita de tentar roubar banco é presa em Curitiba

Foto: Felipe Rosa/Tribuna do Paraná.

‘Bandido “esperto” não comete crime no “jardim de casa”. Prefere ir roubar longe para não ser reconhecido pelos policiais da região e acabar preso’. A teoria não funcionou para o catarinense Fagner Pereira Machado, 18 anos, e para o curitibano Alexsandro Marques Colaço, 34. A polícia estava de olho neles. Ambos foram presos em flagrante quase cortando um caixa eletrônico do Banco do Brasil na Rua Augusto Stresser, no bairro Hugo Lange, em Curitiba, na madrugada de domingo (14).

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Conforme o delegado Rodrigo Brown, do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), da Polícia Civil, investigadores tinham informações de que uma gangue do maçarico agiria no bairro. Então passaram a madrugada de campana na região, até que às 4h30, notaram um Clio vermelho passando devagar pelas agências da Augusto Stresser. Um homem desceu e foi olhar dentro da agência. Em seguida, outro desceu com o maçarico e ferramentas e a dupla foi presa em flagrante se preparando para o arrombamento. Fagner, morador de Joinville (SC), seria o “especialista” em corte e Alexsandro, morador de Curitiba, ajudava passando as características da região e dos policiais daqui.

Acredita-se que eles cortariam pelo menos dois caixas, pois Banco do Brasil e Caixa ficam “coladas” uma à outra. E como era um domingo, horário em que as pessoas não costumam ir tão cedo a caixas eletrônicos sacar dinheiro, analisa o delegado, os bandidos teriam tempo suficiente de cortar os caixas destes dois bancos e mais algum outro, se quisessem.

Reação

Os bandidos sequer carregavam armas e não reagiram à prisão. A atitude, explicou Brown, é porque o crime de furto qualificado, como é considerado um crime de “menor potencial ofensivo”, não dá muito tempo de cadeia. Por isso, é fácil para os ladrões conseguirem logo uma liberdade provisória. Melhor que serem pegos com armas ou entrarem em confronto com a polícia, crimes que, além da possibilidade de acabar em morte, dão muito mais tempo de prisão.

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Mas, no caso deles, a Justiça paranaense entendeu diferente. Como já tinham antecedentes criminais por roubo e receptação, a Justiça não deu liberdade provisória e decretou prisões preventivas de ambos. Devem permanecer um pequeno tempo presos.

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Conhecimento “importado”

Segundo o delegado, analisando as imagens das câmeras de segurança do banco, mais tarde, descobriram que havia um terceiro envolvido no crime. Ele está sendo investigado e procurado.

Mas conforme Brown, tem sido muito comum bandidos catarinenses virem à Curitiba para cortar caixas eletrônicos. O primeiro motivo é que no Vale do Itajaí, no estado vizinho, havia diversos fabricantes de caixas eletrônicos. E dos que cometem o crime do maçarico, muitos já foram funcionários destas fábricas ou receberam o conhecimento de quem já atuou numa delas. “Porque não basta você cortar a parede do caixa. Se errar a mira, vai dar em outro mecanismo, numa outra chapa de aço. Tem que saber o local exato onde vai ser cortado, onde não vai danificar o dinheiro nem acionar os dispositivos de segurança do caixa eletrônico. Tem que saber onde tem mais fragilidade e facilidade de acessar o dinheiro. Por isso são pessoas que tem conhecimento mais apurado do equipamento”, explica Rodrigo.

O outro motivo porque muitos bandidos vão a outros estados arrombarem caixas é para ludibriar a polícia. “Eles vem pra cá, cometem o crime, deixam a polícia local correndo atrás e voltam pra cidade deles, tranquilos, pois sabem que na cidade de origem a polícia não está procurando ninguém por aquele crime”, analisa Brown, explicando porque bandidos mais “espertos” não roubam no “jardim de casa”.

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