Por pouco!

Filhote de pit bull é salvo de falso médico-veterinário que faria procedimento de mutilação

pit bull
Filhote estava dopado quando os policiais chegaram. Rapidez evitou que ele tivesse as orelhas cortadas. Foto: Divulgação/Polícia Civil.

Um lutador de jiu jitsu que se dizia médico veterinário e se utilizava desta falsa prerrogativa para cortar orelhas de pit bulls foi preso pela Polícia Civil do Paraná, na manhã desta segunda-feira (23), em Paranaguá, no litoral paranaense. Segundo a polícia, os animais tinham as orelhas cortadas para ficarem com a aparência de mais violentos. No momento da prisão um filhote de pit bull estava completamente dopado, prestes a passar pela mutilação. A prisão do homem acontece um dia depois de dois pit bulls terem sido resgatados de um criadouro na Grande Curitiba que abastecia um esquema de rinha internacional de cães. A prisão de hoje, porém, não tem relação com esta cruel rinha.

Segundo o delegado Matheus Laiola, da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), o lutador vai responder pelos crimes de exercício ilegal da profissão e por maus-tratos. “Desde 2013, é proibido realizar mutilação desse tipo por estética. Só é permitido se o animal tiver algum motivo patológico para isso. Para a polícia, o lutador disse que fazia o procedimento porque precisava de dinheiro. Não é a primeira vez que ele faz isso. Na falsa clínica, foram apreendidos diversos materiais cirúrgicos e anestésicos. O filhote, inclusive, chegou ainda dopado na delegacia”, disse o delegado.

O lutador profissional de Jiu Jitsu tem 43 anos. Ele foi liberado após ser ouvido na delegacia. A policia ainda procura pelo dono do pit bull. O cachorro não será devolvido.

Falso médico veterinário tinha equipamentos cirúrgicos que nem estavam esterilizados para o procedimento cruel. Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná.

Mutilar as orelhas pode ser fatal

O médico-veterinário Vandré Araújo, 35 anos, acompanhou as diligências da polícia. Ele disse que o procedimento de cortar as orelhas dos animais pode até matar os cachorros. “Pode haver uma infecção, a orelha pode necrosar e o animal corre risco por isso. Nesse caso, inclusive, os instrumentos encontrados estavam enferrujados. Além da orelha, tem gente que costuma cortar o rabo também. Isso pode trazer problema neurológico, causando paralisia no cachorro. Meu conselho é que não façam isso”, destacou Araújo. Ele ressaltou ainda que o filhote não tinha tomado analgésico. “Por isso, ele sentiria muita dor quando acordasse do procedimento de mutilação”, lembrou o veterinário.

A polícia chegou até o local instantes antes do procedimento após receber uma denúncia anônima.

Filhote salvo passará por exames e depois será encaminhado para adoção. Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná;
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