Indenização

Familiares do jovem que esperou por 14 horas a chegada do IML processam o Estado

Família velou o corpo de Carlos no meio da rua. por mais de 13 horas Foto: Gerson Klaina.
Família velou o corpo de Carlos no meio da rua. por mais de 13 horas Foto: Gerson Klaina.

Familiares do jovem de 18 anos que foi velado por mais de 13 horas em uma rua de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, abriram nesta quarta-feira (28) uma ação no valor de R$ 450 mil contra o governo do Paraná. A indenização é solicitada devido ao descaso do poder público em atender o rapaz, assassinado no dia 15 de janeiro. Na ocasião, o Instituto Médico Legal (IML) não tinha viaturas suficientes para recolher o corpo e o então secretário estadual de Segurança Pública, Wagner Mesquita, chegou a pedir desculpas à família. O governador Beto Richa também manifestou sua indignação a respeito.

Leia mais: Após mais de 13 horas, corpo que era velado na rua é recolhido pelo IML

Diante desse posicionamento das autoridades do estado, o advogado Pedro Augusto Davidoff, responsável pela ação, afirma que há procedência para o pedido da família, pois o estado informou que tinha condições financeiras para contratar mais viaturas para o IML a fim de garantir atendimento à população. “O representante do estado já fez esse reconhecimento público. Então, alguém tem que responder pelos danos sofridos pela família”.

A ação é apresentada pelos pais do rapaz e pela sua companheira, no valor de R$ 150 mil para cada um deles. “Eles foram expostos a uma situação degradante, sem atendimento do IML e proibidos de retirar o corpo da rua”. Segundo o advogado, o corpo chegou até a entrar em processo de decomposição durante a espera. “Foi vexatório, pois tinham que afastar os animais que se aproximavam. Uma situação desumana gerada por essa ineficiência”.

Leia também: Caso do “velório na rua” causa demissão do secretário da segurança do Paraná

Se o governo for condenado, Davidoff explica que o estado poderá entrar com uma nova ação contra os gestores públicos responsáveis pela ineficiência no atendimento. “Então, as pessoas que deveriam ter contratado mais ambulâncias também poderão ser penalizados por isso”, adiantou.

A Procuradoria Geral do Estado informou que ainda não foi notificada sobre a ação.

O caso

Foto: Gerson Klaina
A família esperou, ao lado de corpo, até a chegada de uma viatura do IML. Foto: Gerson Klaina

No dia 15 de janeiro, o IML não possuía viaturas suficientes para atender a ocorrência e o veículo designado para recolher o corpo do jovem no município de Colombo ainda se envolveu em um acidente e não completou o serviço.

Segundo a polícia, o rapaz foi assassinado durante uma tentativa de assalto. Ele teria saído para buscar a esposa na casa de uma amiga, quando foi abordado por bandidos e baleado na cabeça ao reagir. O jovem morreu na hora.

A família esperou, ao lado de corpo, no meio da rua, por 14 horas até que uma viatura do IML chegasse para buscar o corpo do rapaz.

Preso suspeito de assassinar rapaz que foi ‘velado’ na rua

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna