Parece que a situação do Instituto Médico-Legal (IML) só piora no Paraná. Depois do velório na rua em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), em janeiro, a situação se repetiu, nesta sexta-feira (9), em Ponta Grossa, nos Campos Gerais. A família de um motoboy assassinado esperou por oito horas para a remoção do corpo e acabou começando o velório ali mesmo, na rua.
Assim que a Polícia Militar (PM) chegou, o IML foi acionado para que pudesse recolher o corpo do jovem. A área do crime ficou isolada e assim ficou até por volta das 8h, quando finalmente as equipes do IML e do Instituto de Criminalística chegaram, para primeiro fazer a perícia do local do crime e depois encaminhar o corpo.
O crime aconteceu na primeira hora da madrugada desta sexta-feira, na Avenida Carlos Cavalcanti, no bairro de Uvaranas, no viaduto que passa sobre a linha férrea. O rapaz levou um tiro no peito e caiu ao lado da moto, depois de perder o controle. Ele morreu antes mesmo da chegada do Siate.
A explicação para a demora no atendimento foi a de que as equipes tinham se deslocado para Telêmaco Borba, cidade próxima a Ponta Grossa, para atender a outra situação de assassinato. Pela distância entre uma cidade e a outra ser de 135 quilômetros, o recolhimento do corpo demorou.
Antes mesmo de o corpo do rapaz ser encaminhado ao IML, os policiais da Seção de Homicídios da 13ª Subdivisão Policial (SDP) de Ponta Grossa já começaram a investigar o assassinato. As equipes procuram por vestígios deixados pelos atiradores, até mesmo imagens de câmeras de segurança que possam ter registrado o crime. Por enquanto, a Polícia Civil não divulgou informações sobre o que já foi investigado.
Caos formado?
A cidade de Ponta Grossa passa por uma situação ainda mais crítica do que o que foi registrado em Colombo no começo do ano. Segundo a população, o IML da cidade está com sérios problemas, já foi fechado e, no começo de março, outro velório na rua foi feito por familiares de uma mulher, vítima de acidente de trânsito.
No primeiro dia de março, uma idosa de 64 anos foi atropelada na BR-277 por volta das 17h, mas o corpo da mulher só foi recolhido perto da meia-noite. A família da vítima foi avisada do acidente e, durante todo o tempo, ficou ao lado do corpo da mulher velando o corpo, às margens da rodovia.
Em nota, a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp-PR) informou que houve uma questão excepcional, que ocasionou a demora no recolhimento do corpo. “Na madrugada desta sexta-feira, foram registradas três ocorrências de homicídios em locais muito distantes e, no momento do último chamado, as equipes já estavam atendendo um outro local”, disse a Polícia Científica.
Conforme a Sesp-PR, o Instituto Médico-Legal conta com três veículos em Ponta Grossa. “Em regra, a unidade recolhe o corpo somente após o Instituto de Criminalística realizar a perícia. Informamos ainda que o secretário da segurança pública determinou uma apuração interna para ver se houve alguma falha de comunicação para acionamento de eventuais outros profissionais”.
Crise gerou demissão
O episódio do “velório na rua”, que a família do rapaz de Colombo acabou fazendo, gerou uma crise na Sesp-PR, que acabou com a demissão do secretário Wagner Mesquita, que na época estava a frente da pasta. Para o lugar dele, o governador Beto Richa (PSDB) escolheu o delegado Júlio Reis, que ocupava o cargo de delegado-geral da Polícia Civil.
Após mais de 13 horas, corpo que era velado na rua é recolhido pelo IML