Um ex-diretor e três ex-servidores comissionados do Detran-PR, além de um ex-assessor da governadoria do estado são alvos de mandatos de prisão temporária nesta quarta-feira (20) do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – força-tarefa do Ministério Público com as polícias Civil e Militar. O grupo é suspeito de direcionar o credenciamento de empresas responsáveis em contratos de financiamentos de veículos. O nome do ex-diretor envolvido é Marcelo Panizzi. Os outros suspeitos ainda não foram revelados pelo Gaeco.
Há suspeita de que a atuação do grupo dentro do Detran-PR ,a partir de uma empresa terceirizada, tenha elevado o valor da taxa paga pelos proprietários de veículos em operações como alienação fiduciária, arrendamento, reserva de domínio ou penhor. Antes de os suspeitos atuarem no Detran, o valor da taxa destes serviços era de R$ 150. Depois, mais do que dobrou, indo para o valor atual de R$ 350.
“À época em que assumiu o cargo o ex-diretor levou também seus comissionados. Esse pessoal de confiança dele foi encarregado de participar e elaborar todo esse credenciamento de empresas e praticamente deixou de atender a quaisquer soluções do próprio Detran, que já tinha alguns critérios nestas espécies de contratações”. disse o procurador do Gaeco Leonir Batisti.
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Batizada de Taxa alta, a operação cumpre cinco mandados de prisão temporária e sete de busca em apreensão em Curitiba, Maringá e também em Brasília. Os mandados foram expedidos pela 12ª Vara Criminal de Curitiba.
A investigação aponta que entre novembro de 2018 e junho de 2019 o grupo desviou cerca de R$ 77 milhões dentro do esquema. “O preço foi fixado em R$ 350 sem quaisquer critérios técnicos ou estudos. Conseguiu-se a façanha de, mediante um credenciamento, cobrar das pessoas em R$ 350, portanto, mais que o dobro praticado anteriormente. Isso aconteceu a pretexto de que com a concorrência o serviço seria melhor e obviamente de preço menor para o cidadão e consumidor do banco que obtinha este financiamento”, explicou Batisti.
O ponto de partida da operação foi um procedimento de credenciamento de agosto de 2018. O processo foi manipulado para beneficiar uma das vencedoras – um dos servidores com mandado de prisão expedido já havia sido, inclusive, preposto de outra firma pertencente ao sócio-diretor da empresa beneficiada.
A empresa beneficiária realizou pedido de credenciamento para o serviço 24 horas após a publicação do edital. No período em que atuou no Detran, essa empresa terceirizada praticamente monopolizou a atividade.
Posições
Após a operação do Gaeco, o Detran informou que tenta deste o começo do ano reduzir o preço cobrado pelo documento e que está colaborando com as investigações. Já a defesa de Marcelo Panizzi disse que prefere não manifestar por não ainda não ter tido acesso ao caso.
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