O PM que dirigia a viatura envolvida no acidente que matou quatro mulheres em um ponto de ônibus na Linha Verde, em Curitiba, na tarde de terça-feira (31), disse que o estouro do airbag fez com que ele perdesse o controle do carro. O dispositivo de segurança teria sido acionado no momento em que o carro bateu no meio-fio, antes de atingir o ponto de ônibus e os dois veículos que estavam na rodovia, na pista sentido Fazenda Rio Grande. A informação foi repassada pela Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran) à Gazeta do Povo, onde o PM prestou depoimento nesta quarta-feira (1.°). O outro PM que estava na carona ainda não foi ouvido. O acidente, que tem duas pessoas da mesma família entre as vítimas, será investigado como crime de trânsito.
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Conforme explicou o delegado Vinicius Augustus de Carvalho, titular da Dedetran, em depoimento, o PM informou que tentou desviar de um pedestre que cruzava a canaleta da Linha Verde e, na manobra, bateu a roda contra o meio-fio. “Nesse momento o airbag acionou e ele teria perdido o controle do carro”, disse o delegado. Segundo ele, o uso de substâncias lícitas e ilícitas foi descartado. “Ele fez teste de dosagem alcoólica e de sangue e nada constava”, destacou Carvalho.
Além dos dois policiais, outras três testemunhas também devem ser ouvidas. “Vamos coletar o máximo de informações para chegar ao mais próximo possível do que aconteceu. As três testemunhas são pessoas que estavam no local e viram o acidente”, disse o delegado. O depoimento do PM que estava na carona da viatura ainda não tem data definida. O policial só deve ser ouvido após o depoimento das demais testemunhas, o que também inclui os familiares das quatro vítimas e os policiais rodoviários federais que atenderam a ocorrência.
A dúvida sobre o fato de o giroflex e a sirene estarem ou não ligados veio à tona pela exigência do Código de Trânsito Brasileiro que só permite a circulação de carros oficiais em canaletas durante atendimento e com esses equipamentos de sinalização ligados. Questionada sobre a ocorrência que os policiais estariam indo atender, a PM afirmou, em nota, que a “questão deve ser tratada durante os procedimentos investigatórios e durante a oitiva dos policiais militares”.
Em uma entrevista coletiva na tarde de terça-feira (31), o tenente-coronel Mário Henrique do Carmo, comandante do 20º Batalhão da PM, disse que o acidente foi uma fatalidade e destacou que a sinalização da viatura estava ligada. “O que eu posso dizer é que a viatura estava com as luzes ligadas e sirene também. Segundo informações já levantadas por testemunhas, a viatura estava andando na velocidade compatível com a via”.
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