O inquérito da investigação da morte do tenente Cássio Ormond Araújo, 33 anos, foi concluído nesta semana. A esposa dele, Franciele Carolina Moscaleski, 26, foi indiciada por homicídio duplamente qualificado e agora depende do Ministério Público do Paraná (MP-PR) oferecer ou não a denúncia, para que seja marcado o julgamento.
Conforme o delegado Fábio Amaro, a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), não conseguiu descobrir qual foi o motivo do crime, uma vez que Franciele diz que foi um disparo acidental. “E o que nós concluímos é que não foi acidental, por dois fatores: ela tinha experiência de tiro e com o manejo de arma”, explicou.
Para o delegado, as investigações apuraram que Franciele teve sim a vontade de matar o marido PM. “Entendemos que, pela forma em que o disparo atingiu a cabeça da vítima, era essa a intenção de Franciele. Por isso, a teoria de disparo acidental não nos convenceu”.
Motivo fútil
Por não ter sido revelado pela mulher qual foi o motivo do assassinato, a qualificadora do crime passou a ser por motivo fútil. “Além disso, teve também o fato de que ela não deu chance de defesa à vítima”, explicou Fábio Amaro.
A polícia suspeita que pode ser que até ser julgada ou ainda no dia do julgamento, Franciele mude a versão apresentada aos investigadores da DHPP. Nesta semana, antes da conclusão do inquérito na última segunda-feira (31), a polícia tentou fazer a reconstituição do crime, mas o advogado da mulher negou a autorização para isso.
O inquérito policial, segundo o delegado, foi concluído um dia antes do prazo determinado, que é de 10 dias. Para a polícia, não restaram mais dúvidas quanto à autoria do crime e foi descartada a hipótese de participação de outras pessoas na ação. O documento já foi encaminhado ao MP-PR, que vai analisar a denúncia e, caso aceite o material, continua o trâmite comum que se encerra no julgamento.
O crime
O crime aconteceu na noite do dia 23 de julho, na residência do casal, no bairro Tarumã, em Curitiba. A primeira informação era de que o policial teria se suicidado, com um tiro na cabeça, mas a perícia no local do crime e o exame de necropsia, feito pelo Instituto Médico-Legal (IML), descartou essa possibilidade. A esposa do policial foi presa um dia depois, ainda em flagrante, e acabou confessando o assassinato, mas disse que a arma disparou sozinha enquanto ela manejava a pistola ponto 40.