A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) descarta a hipótese de que o tiro que causou a morte do tenente da Polícia Militar (PM) Cássio Ormond Araújo, de 33 anos, tenha sido disparado de forma acidental pela esposa. Em entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (25), o delegado Fabio Amaro deu detalhes da investigação. “Nós descartamos completamente essa a hipótese porque quando você gira uma pistola existe a força centrífuga e você não consegue acionar o gatilho da pistola”, explica o delegado. A trajetória do tiro também exclui essa hipótese. “Se fosse assim a direção do disparo seria vertical e não retilínea”, complementa.
Franciele Carolina Moscaleski, 26, foi presa em flagrante pela DHPP suspeita de matar o marido. Na apresentação à imprensa, também nesta terça-feira, ela escondeu o rosto e chorou muito. Segundo a polícia ela tinha intimidade com o manejo de armas, pois já foi oficial do Corpo de Bombeiros. “Ela tinha treinamento específico para isso, além do que efetuava treinamento também com o marido em stand de tiro”, afirma Amaro.
O crime aconteceu na noite de domingo (23) na residência do casal, no bairro Tarumã, em Curitiba. A primeira informação era de que o policial teria se suicidado, com um tiro na cabeça de uma pistola ponto 40. Mas o exame de necropsia feito pelo Instituto Médico Legal (IML) descartou essa possibilidade. “O disparo foi realizado a curta distância e não encostado na cabeça. O médico legista afirmou que não se tratava de um suicídio e sim de um homicídio”, diz o delegado.
Com essa informação, os policiais da DHPP pediram que Franciele os acompanhasse até o apartamento onde aconteceu o crime. Primeiro, ela afirmou que teria sido um suicídio, mas pouco depois disse que foi um acidente quando estava manejando a arma, que acabou disparando. A polícia descarta completamente esta hipótese. A suspeita confessou à polícia que mudou a cena do crime, limpou a arma para tirar as digitais dela e lavou as mãos para não deixar pistas.
Franciele foi autuada por crime de homicídio qualificado e permanece à disposição da Justiça. Se for condenada pode pegar de 12 a 30 anos de reclusão. “Nós temos dez dias para concluir o inquérito. Hoje a tarde ela vai participar de uma audiência de custódia. A gente espera que o judiciário entenda da mesma forma e a mantenha presa para que ela responda o processo todo atrás das grades”, finaliza.