Confronto no Cajuru

Em novo protesto, ônibus é alvo de pedras e coquetéis molotov no Cajuru

A morte do jovem Ruhan Luiz dos Santos Machado, de 20 anos, que aconteceu depois de um suposto confronto com policiais militares, continua sendo motivo de revolta aos moradores do bairro Cajuru, em Curitiba. Na noite desta terça-feira (23), um grupo fez um segundo protesto no bairro e o ato, que teve pneus queimados e grande mobilização de quem conhecia o rapaz, acabou com um ônibus, da linha Autódromo, destruído.

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Segundo passageiros que estavam no ônibus, o motorista passava pela Rua dos Ferroviários, quando foi abordado pelos manifestantes. Todos foram obrigados a desembarcar. Logo depois, o veículo foi alvo de pedradas e de coquetéis molotov. Apesar do susto, ninguém se machucou.

Este foi o segundo protesto que os moradores do Cajuru fizeram para pedir por Justiça sobre a morte de Ruhan. Pouco antes, na tarde desta terça-feira, os moradores do bairro protestaram e entraram em choque com a polícia. Cerca de 20 viaturas foram ao local para conter o ânimo dos moradores e a situação só se acalmou quase duas horas depois.

Suposto confronto

A morte de Ruhan aconteceu logo depois de Diego Francisco da Cruz, de 19 anos, que supostamente teria assediado uma menina no bairro, ser morto por um grupo de moradores que fizeram justiça com as próprias mãos. Os policiais, que estavam no local em busca dos autores da morte de Diego, começaram a fazer patrulhamentos pela região e disseram que uma das viaturas teria cruzado com algumas pessoas que estariam atirando na rua, na Rua Malba Gama Scremin, a 200 metros do local do homicídio e nisso teria acontecido um suposto confronto.

Segundo a PM, durante este confronto, Ruhan teria atirado contra os policiais e foi morto. Com ele, a polícia disse ter apreendido um revólver calibre 38, mas a arma não foi apresentada à imprensa na noite do crime, assim como a Polícia Militar (PM) também não quis se posicionar oficialmente no local onde o rapaz foi morto, deixando que as informações fossem repassadas no outro dia, pela assessoria de imprensa.

Apesar do relato da PM, a família afirma que as informações divulgadas pela Polícia Militar não são verdadeiras. Segundo a família, Ruhan tinha chegado em casa da autoescola, tomado um banho e saiu em direção a casa de um primo, que morava perto, quando houve a movimentação da polícia na rua. “Era um piá trabalhador, o que aconteceu é uma injustiça”, gritavam os moradores, que também xingaram os policiais e se revoltaram muito com o crime.

Segundo a família, Ruhan foi morto com seis tiros, cinco na cabeça. Foto: Reprodução/Facebook.
Segundo a família, Ruhan foi morto com seis tiros, cinco na cabeça. Foto: Reprodução/Facebook.

Denúncia grave

Num desabafo emocionante, a mãe do rapaz disse, em entrevista à RPCTV, que o rapaz era trabalhador. “Nunca teve nenhuma passagem pela polícia, nem quando era menor de idade. Tinha acabado de passar no vestibular de direito e ia fazer o Enem para conseguir uma bolsa de 100%, porque tinha conseguido metade”, comentou Suzete Santos.

A mãe ainda denunciou que o rapaz foi morto com vários tiros na cabeça. “Ele levou um tiro na perna e cinco tiros na cabeça. Aí a polícia diz que foi uma troca de tiros, como assim uma troca de tiros com cinco tiros na cabeça de uma pessoa?”, desabafou Suzete, deixando claro que a morte do filho não vai passar em branco.

O que diz a PM?

A Polícia Militar (PM) informou, em nota divulgada pela assessoria de imprensa, que a ocorrência vai ser analisada por meio de um Inquérito Policial Militar (IPM), que foi aberto de maneira interna para apurar as circunstâncias que envolveram o confronto. Ainda conforme a corporação, caso a família queira denunciar a ação dos policiais, a maneira correta de fazer isso é procurando a Corregedoria-Geral da Polícia Militar do Paraná, que fica no Prado Velho, para formalizar.

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