Dois homens que fugiram da Penitenciária Estadual de Piraquara (PEP 1), na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), na madrugada deste domingo (15), se envolveram em um confronto com policiais militares e morreram na manhã desta segunda-feira (16), em Quatro Barras. Segundo a PM, outros dois fugiram armados. A fuga, ao todo, gerou quatro mortes e 24 ainda seguem foragidos.
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O confronto aconteceu depois de uma denúncia que os policiais da Rondas Ostensivas de Natureza Especial (Rone) foram atender na Rua Júlia Ferreira da Silva. “Quando chegamos, nos apontaram uma casa onde os suspeitos estavam e, ao tentarmos abordar, fomos recebidos a tiros”, contou o tenente Gutierrez.
Conforme o tenente, depois da intensa troca de tiros, a dupla atingida foi desarmada e os policiais os identificaram através de tatuagens. “Tivemos a certeza, então, de que eram foragidos e acreditamos que os dois que escaparam também são”.
Os dois foram identificados como Marlon Magno Freitas Castelhano, 31 anos, e Evandro Emanuel dos Santos, 32, e eles estavam escondidos na casa, que está abandonada, para tentar escapar da visão dos policiais. Com a dupla foram apreendidos um revólver calibre 38 e uma garrucha calibre 32, que foram encaminhados à Delegacia de Piraquara.
Outro morto
Em Piraquara, na madrugada desta segunda-feira, outro rapaz morreu em confronto com policiais da Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam) do Batalhão de Polícia de Guarda (BPGd). O tiroteio aconteceu num matagal da Rua Minervino de Oliveira e Souza e o rapaz estava armado.
A suspeita é de que ele seja mais um dos foragidos, mas a informação ainda não foi confirmada, pois o corpo permanece sem identificação no Instituto Médico-Legal (IML). “Caso confirmado, este será o quinto foragido morto. O que nós alertamos a população é que denunciem caso vejam algo estranho, pois estes homens estão armados e são perigosos”, considerou o tenente.
Veja a lista dos foragidos da PEP 1.
Moradores assustados
Ao passar por várias ruas de Piraquara e Quatro Barras, foi possível ver que o clima de tensão entre os moradores é grande. “Estamos assustados. Chegamos ontem de viagem e hoje já acontece isso bem perto de onde moramos. Não sabemos quem está por perto”, disse um homem que mora próximo ao local do confronto da manhã desta segunda-feira.
Durante o caminho, a reportagem da Tribuna encontrou ruas vazias, portas e janelas fechadas e as pessoas em alerta. “O que os policiais nos disseram, é que há possibilidade de que estes homens estejam muito perto da gente. Por isso preferimos tomar cuidado”, explicou outro morador.
Os policiais continuam trabalhando na região, pois há informações de que os foragidos continuam nas proximidades. “Orientamos que os moradores fechem suas casas. Fiquem atentos e, qualquer situação estranha, em que indivíduos não conhecidos estejam na região, chame a PM, pois estamos na região”, alertou o tenente Gutierrez. As denúncias podem ser feitas diretamente pelo 190.
Passados negros
Conforme os policiais, boa parte do passado dos homens que fugiram do Complexo Penitenciário já foi notícia policial. Parte dos foragidos cumprem longas penas de prisões e respondem por crimes como tráfico de drogas, assassinatos e latrocínios (roubo com morte). Dois dos homens que fugiram foram presos em 2010, por crimes chocaram a segurança pública.
Pedro Henrique Procópio o “Carioca”, é integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC). O homem, que foi preso em outubro de 2010, é apontado como autor do tiro que matou o policial federal Edson Martins Matsunaga, durante um assalto a uma lotérica no Centro de Curitiba. Pela periculosidade de “Carioca”, que ainda está foragido, há possibilidade de que até a Polícia Federal esteja atrás dele, junto com a PM e a Guarda Municipal (GM).
Outro homem perigoso que havia escapado era Marlon Magno Freitas Castelhano, morto no confronto da manhã desta segunda-feira. Ele era suspeito de participar de um assalto que vitimou o funcionário do Tribunal de Contas Marcos Moraes de Freitas, 56, em um cassino clandestino, em 2008, em Curitiba. Na época, Marlon já era foragido da Colônia Penal Agrícola, onde cumpria pena por roubo.
Já em 2010, Marlon foi apontado e preso como o suspeito de participar, também acompanhado de outros homens, da tentativa de arrebatamento de presos em Campo Largo, na RMC. Na época, o agente penitenciário Adilson José Cossuovski, de 47, foi assassinado. Ainda segundo as investigações, Marlon também era ligado ao PCC.