Dois suspeitos de ligação com a tentativa de ataque a cinco carros-fortes na manhã desta terça-feira (6), em Palmeira, nos Campos Gerais do Paraná, morreram em confronto com policiais durante a noite. A ação aconteceu depois que os PMs, da Rondas Ostensivas de Natureza Especial (Rone), descobriram uma chácara que funcionava como uma espécie de QG da quadrilha, em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).
Logo depois do ataque frustrado, mas que deixou três mortos, entre eles um vereador e um caminhoneiro, muitas equipes policiais foram mobilizadas para tentar encontrar os bandidos. Uma equipe da PM descobriu que, pelo menos, uma parte da quadrilha poderia estar escondida numa chácara da RMC, que ficava relativamente mais próximo ao local da ação.
Num trabalho de inteligência dos policiais, várias equipes foram ao ponto informado, que fica em Bateias, distrito de Campo Largo, e lá começaram a procurar vestígios. Conversando com os moradores, os policiais conseguiram, com uma das pessoas que vive na região, descobrir que há pouco tempo uma chácara dali tinha sido vendida.
QG montado
Na chácara denunciada pelos moradores, os policiais encontraram a casa vazia, mas dentro do local havia alguns objetos. As equipes ficaram escondidas esperando a chegada de quem quer que fosse, até que em determinado momento dois homens se aproximaram de carro. Numa tentativa de abordagem, a dupla atirou contra os policiais e houve confronto.
Os dois homens, armados de fuzil e pistola, foram baleados e morreram na hora. Com a dupla, foram apreendidos um fuzil AK-47 e uma pistola calibre 380, mas dentro do carro ainda foram achados um colete balístico, uma mochila cheia de explosivos, miguelitos (ferros retorcidos para jogar no asfalto e furar pneus), um cilindro de oxigênio, balaclava e rádio comunicador que copiava a frequência da PM.
Aos policiais, um homem – que seria um caseiro – disse que na noite de segunda-feira (5), viu uma movimentação estranha na chácara. Segundo o homem, algo como se fosse uma reunião aconteceu no local e várias pessoas participaram.
Carros roubados
O carro que a dupla chegou até a chácara era um Toyota Etios, que, segundo a polícia, era roubado. Além deste veículo, dentro da propriedade os policiais apreenderam um Sandero, que também era roubado. Outro veículo, um Audi, que não tinha nenhum alerta de roubo, foi apreendido pelos policiais, que suspeitam que seria de uso particular de algum dos integrantes da quadrilha.
Ataque cinematográfico
O ataque foi registrado na BR-376, depois de um dos pedágios no quilômetro 335. Os bandidos emboscaram os carros-fortes que seguiam para o interior, mas não imaginavam que os vigilantes fossem reagir. Um intenso confronto tomou conta da rodovia e duas pessoas, que nada tinham a ver com a situação, acabaram morrendo. Um bandido, que teria trocado tiros com policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), também morreu no ponto do ataque.
Os bandidos abandonaram o local sem levar nada e ainda deixaram forte armamento para trás. No local do tiroteio, os policiais apreenderam duas metralhadoras calibre .50 e três fuzis calibre 556, além de pistolas. Dois assaltantes foram presos e encaminhados ao Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), da Polícia Civil, em Curitiba, que é o responsável pelas investigações.
Três pessoas morrem em ação de gangue contra comboio de carros-fortes na BR-376