O delegado Amadeu Trevisan, da Delegacia de São José dos Pinhais, responsável pelo caso da morte do jogador Daniel, trabalha com três ‘linhas’ de investigação para o crime, e ainda quer ouvir cinco pessoas, entre elas a jovem que ‘ficou’ com o ex-atleta na festa em uma casa noturna de Curitiba. Em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (9), o delegado comentou sobre como a polícia está trabalhando o caso.
O delegado confirmou três pontos que são alvo da atenção das investigações. Primeiro, que não houve sexo entre Cristiana Brittes e o jogador Daniel na noite em que ele foi morto. Segundo, as mensagens de Daniel num grupo de amigos, de que havia feito sexo com Cristiana com a anuência de Edison, seriam para chamar a atenção. Por último, apesar de flagrar o jogador com sua mulher na cama, mesmo diante de evidências de que não teria ocorrido sexo, o motivo não seria suficiente para Edison matar Daniel.
Mais cinco depoimentos devem ser tomados nos próximos dias. Entre eles está o de Eduardo Henrique da Silva, que a polícia acredita que possa ter participado ativamente da morte do jogador. Eduardo estava em sua cidade, Foz do Iguaçu, e foi trazido pela polícia até Curitiba, na tarde desta sexta. Ele será ouvido para esclarecer sua participação.
Além dele, devem ser ouvidos novamente os irmãos Igor e David, para detalhar o envolvimento dos dois na ação. Também deve ser ouvida a esposa de Eduardo, que está em Foz do Iguaçu foi convocada a vir a Curitiba prestar depoimento para evitar o interrogatório por carta precatória. Outra pessoa que será ouvida é Evelin, a jovem que ‘ficou’ com Daniel durante o aniversário de Allana na casa noturna, e estava na casa quando o crime ocorreu.
Esclarecimento
Conforme o Delegado, além de Edison, a polícia entende que também participaram das agressões, ainda dentro da residência da família Brittes, David, Igor e Eduardo. Para colocar Daniel no porta malas do carro e dar um “sumiço” no jogador, Edison teria contado com a ajuda de Eduardo e dos dois irmãos.
Em depoimento, Igor e David afirmam que quando chegaram no matagal, Edison disse para eles não sairem do carro, para não verem o que ia acontecer. Caso contrário, teriam o mesmo destino do jogador. Assim, dizem os dois rapazes, o jogador saiu vivo do porta malas do carro (o Veloster pertencente à Cristiana), murmurando, tentando dizer algo, e em seguida eles teriam ouvido um barulho como se Daniel tivesse sido estrangulado.
O delegado ainda não sabe dizer se o jogador teve o pênis cortado enquanto estava vivo ou se isto ocorreu após a morte. Outros esclarecimentos dependem dos laudos do Instituto de Criminalística e do Instituto Médico Legal, que ainda estão sendo produzidos. “Há muitos detalhes sendo averiguados pelos peritos. São laudos demorados e complexos. Vou verificar no início da semana que vem como está o andamento deles”, explicou Trevisan.
Por enquanto, estão indiciados no inquérito, por homicídio e coação de testemunhas, Edison, Alana, Cristiana, Igor, David e Eduardo. As outras pessoas que estavam na casa e presenciaram as agressões contra Daniel são tidas pela polícia apenas como testemunhas.
+ APP da Tribuna: as notícias de Curitiba e região e do trio de ferro com muita agilidade e sem pesar na memória do seu celular. Baixe agora e experimente!
+ Confira o desenrolar dos acontecimentos:
Sábado (27): Ex-jogador do Coritiba é encontrado morto em São José dos Pinhais
Quarta (31): Corpo de Daniel é velado em Minas Gerais
Quarta (31): Daniel foi espancado antes de ser morto, diz testemunha
Quinta (1): Suspeito de matar ex-jogador é preso, junto com esposa e filha
Sexta (2): Conversas de Whatsapp apontam que filha de suspeito fez contato com família de jogador
Sábado (3): Saiba em que condições está presa a família Brittes, acusada da morte do jogador Daniel
Segunda-feira (5): Rapazes que testemunharam morte do ex-jogador Daniel devem depor nesta semana
Terça-feira (6): “A família está mentindo”, diz delegado após depoimento de mãe e filha
Terça-feira (6): Novos depoimentos desmentem estupro do jogador Daniel
Quarta-feira (7): ‘Daniel foi assassinado com requintes de crueldade’, diz promotor
Quarta-feira (7): Celular de Cris Brittes é entregue à polícia
Quarta-feira (7): Veja o que Edison Brittes disse à polícia em depoimento nesta quarta
Quinta-feira (8): Cris e Allana Brittes são transferidas para presídio feminino em Piraquara
Sexta-feira (9): Allana Brittes manteve contato com a mãe de Daniel dias após crime, dizem parentes
Sexta-feira (9): Moto ostentada por Brittes era de traficante, diz delegado