Mais três arrastões foram registrados em Curitiba nesta quarta-feira (14). As ações, embora não tenham acontecido com a mesma violência que o registrado nos últimos dias, quando um passageiro foi baleado durante um assalto, deixaram passageiros em pânico. Até agora, desde o começo do ano, foram 11 arrastões só na capital.
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O primeiro arrastão foi ainda antes de o sol raiar, por volta das 6h30. Bandidos armados entraram no ônibus da linha Bairro Novo A, na Rua Cidade de Palmas, no Sitio Cercado, e renderam passageiros. “Eles foram fazendo a limpa. Começaram pelo cobrador e depois pegaram tudo o que puderam dos usuários do transporte”, detalhou Ari Dário Pereira, diretor do setor de inteligência do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região (Sindimoc).
Pouco tempo depois, por volta das 9h30, outra ação de uma dupla de assaltantes também aterrorizou os passageiros. Eles invadiram o ônibus, da linha alimentador Pinheirinho, na Rua Sagrado Coração. “Renderam também primeiro o cobrador e depois pegaram tudo dos passageiros. Nesse ponto em que houve a ação, os funcionários do transporte público já sentem medo diariamente de passar, pois tem sido estratégico e rotineiro para os assaltantes”.
A última ação aconteceu por volta das 19h, na linha Campo Alegre e, dessa vez, os bandidos se passaram por passageiros. Eles embarcaram no coletivo no Terminal do Capão Raso e esperaram até chegar próximo a Cidade Industrial de Curitiba (CIC). “Perto das indústrias, eles renderam todo mundo e fizeram a limpa, desembarcaram e entraram num matagal próximo ao local onde o ônibus parou”, disse Ari.
Com medo de que os bandidos voltassem, os passageiros pediram que o motorista seguisse viagem e preferiram não esperar a chegada das equipes da Polícia Militar (PM). A orientação, dada às vítimas, foi a de que todos devem registrar o boletim de ocorrência no 1º Distrito Policial (DP).
Investigações
Já os outros dois ataques dos bandidos foram registrados no 11º Distrito Policial, que vai investigar e procurar identificar os assaltantes. A suspeita é que, pelo menos estas duas primeiras ações, tenham sido praticadas pelos mesmos bandidos. As vítimas contaram que um deles estava armado e parecia ser muito violento.
Segundo o representante do Sindimoc, nestas três ações, os bandidos foram menos violentos do que o que tem sido registrado nas vezes passadas. “Pelo menos não foram agressivos. Mas foi preciso retirar os trabalhadores de suas funções, pois ficaram abalados psicologicamente. A gente costuma dizer que, na maioria das vezes, o abalo psicológico pode ser maior do que um tapa na orelha”, desabafou Ari.
Rotina perigosa
Desde o começo do ano, somente em Curitiba já foram 11 arrastões a ônibus. Já os assaltos comuns, àqueles em que os passageiros não são as vítimas, tem sido registrada uma média de pelo menos cinco por dia. Hoje em dia, conforme uma análise do sindicato dos motoristas e cobradores, a região Sul de Curitiba, que abrange bairros como Fazendinha, CIC e Novo Mundo, é a mais perigosa. De acordo com o Sindimoc, a situação está cada vez mais crítica e a ajuda dos passageiros, nesse momento, é essencial.
O representante do setor de segurança do sindicato que representa os trabalhadores disse que nem sempre as vítimas dos arrastões registram os boletins de ocorrência. “E isso dificulta para que alguma medida seja tomada, porque as forças de segurança se baseiam em estatísticas, então, esses números todos precisam estar nos relatórios dos comandantes da Polícia Militar e da Polícia Civil. Por isso precisamos tanto que os passageiros registrem os BOs”, pediu Ari, reforçando que só assim o policiamento nas regiões mais críticas vai ser reforçado.
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