Cinco policiais civis e um homem que agia como se fosse policial e prestava serviços para a delegacia de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), foram presos na manhã desta quarta-feira (15). Eles são alvos de uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público do Paraná (MP-PR). Todos são suspeitos de concussão, crime de extorsão praticado por policiais.
Conforme Leonir Batisti, coordenador estadual do Gaeco, os seis são suspeitos de formar uma associação criminosa que atuava cobrando de R$ 1 mil a R$ 50 mil para aliviar flagrantes e liberar suspeitos detidos. “Temos registros de três casos, mas foram denunciados pelo menos sete”, explicou. Os nomes dos presos não foram divulgados.
O falso policial, segundo o Gaeco, era quem agia com o aval dos policiais. O homem fazia levantamentos em residências onde havia suspeita de alguma prática criminosa e, em certos casos, negociava valores para que, já na delegacia, os policiais aliviassem a situação da pessoa envolvida.
Aliviando tudo
Em um dos casos, por exemplo, os policiais teriam cobrado aproximadamente mil reais para que não preenchessem a documentação de um preso com drogas como suspeito de tráfico e sim como usuário. Chegaram, inclusive, a devolver uma pequena porção de droga ao detido, conforme informou o Gaeco. “Também, em outro caso, receberam R$ 40 mil, um veículo e um relógio para omitir a informação sobre envolvimento de um suspeito em outro crime, embora tenham feito o flagrante”.
Os policiais teriam, ainda, exigido R$ 50 mil de suspeitos de homicídio para que não pedissem sua prisão cautelar à Justiça. A partir das denúncias, o MP-PR deflagrou a operação e agora passa a investigar detalhes das ações dos envolvidos.
Punições
Paralelo à operação, o MP-PR apresentou denúncia criminal de todos os envolvidos. Eles devem responder por associação criminosa, peculato, concussão e corrupção passiva.
A Corregedoria Geral da Polícia Civil disse que acompanhou a operação e, em nota, disse que um procedimento administrativo interno foi aberto para apurar as responsabilidades administrativas dos servidores. A direção da Polícia Civil enfatiza que desvios de conduta vão ser rigorosamente apurados.