continua após a publicidade

A intenção era estudar em uma das melhores universidades públicas do país, mas o medo acabou tomando conta desse tão esperado sonho. Estudantes do Centro Politécnico e do campus Botânico da Universidade Federal do Paraná passaram a viver um pesadelo nos últimos meses. Os assaltos se tornaram frequentes e não somente nas redondezas, mas também na parte interna das instalações educacionais.

Segundo os alunos, um jovem foi assaltado na manhã de ontem, mas não houve nenhum registro formal do crime. O fato teria acontecido na passarela que passa sobre a Linha Verde e liga os dois lados da universidade. Por conta desse e de outros episódios, estudantes como a Luísa Schemes, 18 anos, passaram a fazer outros caminhos dentro do campus, em uma tentativa de evitar assaltos ou outro tipo de violência.

“Soubemos que ali na passarela, que faz o trecho entre o Centro Politécnico e Campus do Jardim Botânico, havia muita gente sendo assaltada. Tem segurança na universidade, mas não funciona. Agora de tarde a gente ia passar por um local deserto, mas mudamos o caminho porque ficamos inseguros”, relatou a estudante.

Os assaltos se tornaram frequentes e não somente nas redondezas, mas também na parte interna do campi. Foto: Gerson Klaina
continua após a publicidade

Em e-mail enviado a Tribuna, uma estudante, que pediu para não ter o nome divulgado, também relatou sobre assaltos na manhã de ontem. Segundo ela, dois homens estariam abordando alunos e roubando objetos de valor. “Pela manhã, muitos estudantes foram surpreendidos por dois assaltantes, um de bicicleta e outro a pé, na travessia entre os campi Centro Politécnico e Jardim botânico. Muitos alunos andam por aqui com computadores nas mochilas e boa parte deles não tem condições de adquirir outro caso seja roubado”, afirmou. Segundo ela, alunos também tiveram o veículo roubado por homens armados dentro da universidade.

O aluno Rafael Ribeiro, 22, também afirmou que segurança é interna é precária. “A segurança está complicada, principalmente dentro do campus. Fiquei sabendo que teve uma onda de assaltos e hoje fiquei sabendo de um arrastão. Tem que aumentar a segurança dentro do campus porque o problema tá mais dentro do que fora”, relatou.

Câmeras

continua após a publicidade

A UFPR informou que notificou a empresa de segurança contratada para atender o Centro Politécnico e o Campus Jardim Botânico. As rondas devem ser intensificadas especialmente no Centro Politécnico, onde foram relatados os assaltos. O pró-reitor Marco Cavalieri esteve no campus e diz que conversou com o chefe da segurança do local e com uma vítima. Não há informação mais precisa sobre o número de casos, já que não houve notificação oficial. A informação é que a Pró-Reitoria de Administração trabalha na elaboração de um edital de licitação para manutenção e compra de novas câmeras.

Redondezas

Foto: Gerson Klaina

Na tarde de ontem, a Tribuna ficou algumas horas no local e presenciou até mesmo alguns alunos chegando acompanhado dos pais. “Eu fico com o coração apertado quando a minha filha vem estudar, porque o bairro infelizmente tá muito perigoso. A gente se reveza pra trazer ela, acaba que um leva e o outro busca. A gente fica realmente preocupado”, afirmou a professora Viviane Soares.

A Polícia Militar informou que o patrulhamento ostensivo e preventivo está sendo feito na região, inclusive foi reforçado com as novas viaturas adquiridas pelo Governo do Estado, em horários e locais específicos. Segundo o órgão, é importante que o cidadão também adote algumas medidas de segurança pessoal.