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Bandidos fortemente armados atacaram um carro-forte no quilômetro 30 da BR-277, entre Curitiba e o Litoral do Paraná, por volta das 20h desta segunda-feira (10). Os marginais espalharam pregos retorcidos (conhecidos como “miguelitos”) na estrada e vários motoristas tiveram os pneus dos carros perfurados. Apesar de toda a ação audaciosa, eles saíram sem levar nada.

“Miguelitos” espalhados pela pista furaram vários pneus. Foto: PRF/Divulgação

Os ladrões fizeram disparos contra o carro-forte. Os seguranças revidaram e houve troca de tiros. Os bandidos também atiraram contra outros veículos na rodovia. Um caminhão apresentava marcas de tiros.

A estrada ficou interditada no quilômetro 60, na pista sentido litoral, e no quilômetro 30, sentido Curitiba. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a quadrilha não conseguiu levar os valores transportados pela empresa de segurança.

Explosão

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Um dos carros utilizados pelos bandidos estava adaptado com uma metralhadora calibre 50 no lugar do passageiro e recebeu até a instalação de placas para blindagem. O banco do passageiro foi removido para acomodar o armamento pesado. O automóvel foi detonado antes da fuga. Conforme a PRF, os bandidos provavelmente usaram os mesmos explosivos que seriam empregados contra o carro-forte para explodir o carro adaptado.

O esquadrão Antibombas da PM foi acionado para remover o restante de explosivo que havia dentro do veículo. Os bandidos fugiram e nenhum dos vigilantes ficou ferido. O carro-forte, que teve perfurações de tiros em várias partes da extensão do veículo, foi removido sob escolta policial até a Delegacia de Paranaguá, também no litoral do Estado.

Munições

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No local da ação, os policiais apreenderam 12 munições intactas calibre ponto 50 dentro do Corolla usado pela quadrilha. O veículo, conforme a PRF, tinha placas clonadas e foi roubado no último dia 2 de fevereiro, em Curitiba.

Os policiais apreenderam 12 munições intactas calibre ponto 50 dentro do Corolla usado pela quadrilha. Foto: PRF/Divulgação.

Através de denúncias de que outros veículos usados pela quadrilha haviam sido vistos no município de Morretes, uma equipe da PRF encontrou uma caminhonete que pode ter sido usada pelo bando.Também com placas falsas, a Toyota Hilux foi apreendida abandonada em uma estrada rural. O veículo tinha alerta de roubo, registrado no último dia 30 de janeiro, em Curitiba.

Ainda de acordo com a PRF, a quadrilha usou pelo menos quatro veículos. A munição e os dois veículos apreendidos foram encaminhados ao Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), da Polícia Civil, responsável pelas investigações da ação.

Investigações

Na ação de janeiro, o carro-forte foi completamente detonado por dinamites e os bandidos conseguiram fugir com dinheiro. Foto: Pedro Serapio.

Em quatro meses, essa foi a segunda ação de bandidos contra veículos que transportam valores da mesma empresa. Em janeiro, bandidos armaram uma emboscada e assaltaram um carro-forte no quilômetro 44 da BR-277. Nessa ação o carro-forte foi dinamitado, também houve tiroteio e, durante o confronto, os vigilantes foram obrigados a abandonar o veículo e fugir rumo ao matagal na região, que fica próximo a Morretes.

Segundo a polícia, os bandidos levaram certa quantia de dinheiro que não foi revelada. Desde então, os policiais do Cope investigam a ação, mas ainda sem que os suspeitos sejam presos.

Dois irmãos chegaram a ser detidos, por suspeita de envolvimento, mas o delegado Rodrigo Brown informou que foi praticamente descartada a participação na ação do carro-forte. “Aprofundamos as investigações e descobrimos que eles realmente atuam em outras modalidades criminosas, mas não tiveram participação naquela ação”.

A segunda ação foi frustrada. Foto: PRF/Divulgação

Ainda conforme o delegado, as investigações desse primeiro ataque, de janeiro, agora se juntam em um trabalho paralelo com a apuração dos detalhes desta segunda ação. “Da primeira ação, até temos algumas novidades, mas não podemos falar para não atrapalhar as investigações. O que acreditamos, e é nisso que vamos trabalhar para descobrir, é que tenha sido a mesma quadrilha, até pela ação ter sido muito parecida com essa. Ambas têm as mesmas características”, explicou Rodrigo Brown.

Além da semelhança entre os dois ataques, o delegado também considerou a proximidade entre um local e o outro. A perícia no local foi feita e os policiais tentam encontrar vestígios deixados pelos suspeitos. “É um trabalho difícil, que demanda um pouco mais de atenção, por isso prefiro não entrar em detalhes sobre as investigações”.

Munições apreendidas na segunda ação eram de grosso calibre. Foto: Divulgação/PRF.