Em liberdade desde o dia 7 de agosto, Allana Brittes teve apenas contato visual com os pais, Edison Brites Jr e Cristiana Brittes, nesta quarta-feira (4), primeiro dia de depoimento à Justiça dos sete réus envolvidos no assassinato do jogador de futebol Daniel Corrêa de Freitas, em outubro de 2018.
Os depoimentos fazem parte das audiências de instrução que definirão como será o julgamento dos réus, inclusive se eles irão ou não a júri popular. Allana foi a primeira a ser ouvida nesta quarta pela juíza Luciani Martins de Paula, por volta das 10h35. Durante o depoimento, aliás, foi o contato mais próximo de Allana com os pais: ela ficou do outro lado da sala.
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A jovem, que responde por coação de testemunhas, fraude processual e corrupção de menores, concentrou argumentos para defender a mãe das acusações envolvendo a morte do atleta. “A Allana alegou que ela e sua mãe não participaram do homicídio. Inclusive, Cristiana pediu para que as agressões contra Daniel parassem”, afirmou Cláudio Dalledone Jr, advogado da família. Além de responder pelos mesmos crimes que a filha, Cristiana também foi acusada por homicídio qualificado por motivo torpe.
O depoimento de Allana durou cerca de 1h10. Ao contrário das sessões das audiências anteriores, em que foram ouvidas testemunhas de acusação e defesa, a imprensa não pode acompanhar de perto as falas. Mas, ainda segundo os advogados, Allana afirmou que tanto ela como Cristiana permaneceram caladas durante encontro com duas testemunhas em um shopping de São José dos Pinhais no dia seguinte à morte do jogador. A jovem disse que, naquele encontro, apenas o pai deu as coordenadas às testemunhas sobre o que elas deveriam dizer à polícia.
Durante o tempo em que foi ouvida, Allana respondeu apenas a questionamentos feitos pela juíza e se recusar a responder perguntas formuladas pelo assistente de acusação que representa a família do jogador. Os depoimentos fazem parte das audiências de instrução e julgamento, que definirão como será o julgamento, inclusive se eles irão ou não a júri popular. A perspectiva é que o rito só termine na sexta-feira (6).
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Chegada dos réus e demais depoimentos
No habeas corpus que permitiu que Allana deixasse a Penitenciária Feminina de Piraquara e passasse a responder o processo em liberdade, a Justiça determinou que ela não tivesse contato com nenhum dos réus, incluindo os pais. Nesta terça, Allana chegou acompanhada de quatro advogados ao Fórum de São José dos Pinhais, na região metropolitana, que a impediram de falar com a imprensa. Allana entrou pela porta da frente do fórum.
Já Edison, Cristiana, além de David Willian da Silva, Ygor King, Eduardo Henrique da Silva, também denunciados pelo homicídio, entraram algemados pela porta dos fundos. Assassino confesso do jogador, Edison apareceu com um novo corte de cabelo, usando óculos e vestindo uma jaqueta importada e calça jeans, enquanto que os outros rapazes foram ao fórum com o agasalho da penitenciária e chinelos. Evelyn Brisola, que responde em liberdade por denunciação caluniosa, fraude processual e corrupção de adolescente, e será a próxima a ser ouvida, também entrou pela porta da frente.
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