A retomada das audiências do processo que investiga a morte de Renata Muggiati, feita na tarde desta quarta-feira (23), trouxe à tona uma confirmação pericial importante e que pode mudar a linha do julgamento. A junta médica forense que examinou o corpo da fisiculturista após a exumação, confirmou, durante a audiência, que a atleta já estava morta quando seu corpo foi jogado do 31º andar de um edifício na região central de Curitiba. Com isso, fica evidenciado que Renata não cometeu suicídio.
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Durante as audiências desta quarta-feira, também foram confrontadas as informações da junta médica que trabalhou na exumação do corpo de Renata com os resultados do exame anatomopatológico feito após perícias que traziam informações confusas. Com isso, ficou ainda mais clara a confirmação de que a atleta já estava morta no momento da queda.
Confirmações importantes
Ao todo, das oito testemunhas previstas para serem ouvidas, quatro peritos foram ouvidos, entre eles a médica perita do Instituto Médico-Legal (IML) responsável por fazer o exame anatomopatológico no corpo de Renata. Em um depoimento que durou mais de quatro horas, a médica deu detalhes do exame e confirmou que a atleta foi morta dentro do apartamento onde estava, minutos antes de seu corpo ser lançado pela janela.
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Todo o depoimento foi acompanhado pelo médico Daniel Colman, perito do IML na época dos fatos, acusado de falsa perícia, que indicava que Renata ainda estava viva quando caiu. Demitido do quadro de médicos legistas do IML no ano passado, Colman foi intimado a comparecer a audiência na condição de réu no processo sobre a morte de Renata.
Para o advogado que defende a família de Renata, Caio Fortes de Matheus, as audiências seguiram um rumo já esperado. “Tudo o que foi produzido nesta audiência, as informações da junta médica, todos peritos do IML, da médica perita que realizou o exame anatomopatológico, elucidam os fatos. A verdade que veio a tona de forma científica e pericial é uma só: Renata Muggiati já estava morta no momento da queda. Não foi suicídio”, disse.
Nova audiência
Para o dia 14 de fevereiro, ainda está prevista uma nova audiência, que busca ouvir outros quatro peritos. Nesta próxima etapa, a Justiça quer ouvir o que tem a dizer o ex-chefe do Instituto de Criminalística, Hemerson Bertassoni Alves, e o ex-chefe do Instituto Médico-Legal, Carlos Alberto Peixoto Baptista.
Contrariando a expectativa, o acusado de assassinar a fisiculturista, o médico Raphael Suss Marques, pediu dispensa da audiência e não compareceu na audiência desta quarta-feira. Ele é acusado de matar Renata. Ele, que foi preso algumas vezes, num imbróglio judicial que vem desde o crime, ficou detido até agosto de 2017, quando conseguiu o direito de responder ao processo em liberdade.
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Falsa perícia
Os médicos-legistas se tornaram réus na denúncia contra o médico Raphael Suss Marques a pedido da promotoria, que foi aceito pela juíza Márcia Margarete do Rocio Borges, do Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Curitiba. De acordo com o MP-PR, os dois teriam feito uma falsa perícia, com dados que não estavam relatados ou anotados.
O MP-PR apurou que os dois fizeram um novo laudo pericial mesmo sem ter acesso ao corpo de Renata e também aos exames complementares. O médico Daniel Colman foi demitido do Instituto Médico-Legal (IML) no começo de junho de 2018, depois de passar por um processo administrativo. O outro perito já estava aposentado desde 2003.
Na época do crime, Daniel foi o primeiro perito a fazer a análise no corpo da fisiculturista e teria afirmado que ela morreu por ferimentos provocados pela queda do prédio. Essa mesma afirmação se repetiu num segundo exame que o médico teria feito.
De acordo com os promotores do MP-PR, os peritos colocaram o laudo falso no sistema de informação do IML usando um notebook de Daniel Colman e uma rede de internet sem fio chamada “Francisco WIFI”. A ideia seria encobrir a real causa da morte de Renata.
Com as suspeitas, na época a polícia pediu uma nova perícia, que foi feita por uma junta médica com a exumação do corpo de Renata. O exame feito apontou que ela morreu por asfixia, ou seja, já estava morta quando caiu do apartamento, que ficava no 31º andar.
O crime
Renata Muggiati morreu na madrugada do dia 12 de setembro de 2015, quando caiu do 31º andar de um prédio da Rua Visconde do Rio Branco, na esquina com Comendador Araújo, no Centro de Curitiba. Na noite do crime, Raphael Suss Marques teria dito à Polícia Militar (PM) que a mulher se jogou do prédio, porém, a DHPP desconfiou e encontrou elementos que pudessem acusa-lo de asfixiar e depois jogar o corpo da atleta pela janela, simulando então um suicídio.
Pouco depois da morte, os laudos sobre a morte se contradiziam: Enquanto outros exames diziam que ela tinha sido assassinada, pois ela já estaria morta quando foi jogada pela janela do apartamento, o laudo de necropsia, feito por Daniel Colman, dizia que ela morreu quando caiu ao solo, ou seja, que estava viva quando despencou do prédio.
Não demorou muito e Raphael foi preso pela DHPP e, na época, negou o homicídio. Ele se defendeu dizendo que a mulher sofria de depressão e que já tinha tentado suicídio outras duas vezes. O corpo de Renata foi exumado, a junta médica concluiu o homicídio com um novo exame. Raphael responde ao processo em liberdade, mas com algumas restrições impostas pela Justiça.
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