A primeira audiência de instrução do caso que tem como réus o delegado da Polícia Civil Rubens Recalcatti e outras oito pessoas – sendo sete policiais – será a partir das 14 horas desta quarta-feira (8), no Fórum de Rio Branco do Sul, na região metropolitana de Curitiba. Nessa fase do processo, a Justiça decide se os acusados irão ou não a júri popular. A defesa do delegado estima que a decisão final sobre o julgamento deva levar até um ano.

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Recalcatti e sete investigadores da sua equipe respondem pelos crimes de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, crueldade e sem chance de defesa da vítima), abuso de autoridade e fraude processual. Eles são suspeitos de envolvimento na morte de Ricardo Geffer, no dia 28 abril de 2015, em Rio Branco do Sul, região metropolitana de Curitiba.

Mauro Sidnei do Rosário, que não era ligado à polícia, também foi denunciado no caso. Contudo, o suspeito foi assassinado em maio do ano passado. Ele foi atingido por mais de 30 tiros que partiram de um carro ocupado por seis pessoas.

A tese do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço investigativo do Ministério Público (MP), é de que Geffer foi assassinado por policiais que o acusavam de ser responsável pela morte do ex-prefeito de Rio Branco do Sul, João Dirceu Nazzari, o João da Brascal. Nazzari era primo de Recalcatti.

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O Gaeco confirmou que indicou 15 testemunhas de acusação para prestar depoimentos nesta fase. A defesa dos acusados selecionou mais de 50 pessoas para testemunhar contra a tese do MP. Após testemunhas, os réus e as equipes de acusação e defesa também serão ouvidos nesta parte do processo.

“A audiência vai provar que tudo isso foi um confronto entre policiais e bandido e jamais uma execução”, argumenta o advogado Cláudio Dalledone Júnior, que defende Recalcatti e os outros sete policiais.
Assassinatos

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Ex-prefeito de Rio Branco do Sul, João Dirceu Nazzari, foi assassinado durante uma partida de futebol em abril de 2015. No mesmo mês, Ricardo Geffer – visto por um grupo de policiais como responsável pela morte de Nazzari – foi executado com oito tiros.

Em outubro de 2015, Recalcatti foi preso pelo Gaeco durante investigação sobre o assassinato de Geffer. Testemunhas ouvidas pelo grupo disseram que o delegado estava entre os suspeitos que cometeram o crime. Um dos ouvidos chegou a afirmar que o delegado chutou a vítima antes de ela ser morta.