Renan Fonseca da Cunha, 18 anos, e André Oliveira da Silva Santos, 35, são os nomes dos dois homens apontados pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) como os assassinos de Júlia Alvarenga Formizano, de 37 anos, que a Tribuna noticiou com exclusividade no começo da semana. Além deles, dois moradores de rua, Marco Aurélio Barbosa, de 33, e Márcio José Lara, 38, continuam detidos suspeitos de esconderem o corpo.
As investigações, conforme a própria DHPP, foram intensas, mas fluíram de maneira mais fácil porque houve a colaboração de testemunhas. Segundo a delegada Sabrina Alexandrino, a mulher foi assassinada dentro de um apartamento, no Centro Cívico. Ela foi asfixiada e depois teve as partes do corpo separadas.
O motivo do crime seria as drogas. Conforme a polícia, Júlia era usuária de drogas e teria levado entorpecentes de Renan e André. “Ela dormiu uma noite no apartamento, sabendo que havia drogas no local ela pegou, vendeu e eles se vingaram dela”, explicou a delegada.
Segundo a delegada, os André e Renan teriam forçado Júlia a dizer que tinha pegado a droga, mas ela não confessou e eles decidiram matá-la. “Chegaram a perguntar pra ela de que forma ela queria morrer, se asfixiada ou por um tiro. Eles usaram um fio de computador para enforcá-la e depois terminaram de mata-la com um travesseiro por cima do rosto”.
Dormiram com o cadáver
Após a morte da vitima, os dois não sabiam o que fazer com o corpo. “Eles decidiram dormir no apartamento com o cadáver no local. No outro dia, em comum acordo, decidiram serrar a perna da vítima para que pudessem esconder as partes”, explicou a delegada.
Os dois teriam combinado com os moradores de rua para que o corpo fosse buscado. “Em troca de dinheiro ou de drogas, no horário combinado, os moradores de rua pegaram o corpo e só desovaram próximo ao local do crime por causa da chuva. A ideia era deixar em um bairro mais afastado, mas a chuva os atrapalhou”.
Testemunhas e câmeras
Os policiais descobriram que o crime aconteceu dentro de um apartamento por causa das imagens das câmeras de segurança. “Nós descobrimos o endereço, nossa equipe entrou no prédio, conversou com várias pessoas que nos disseram que em um apartamento havia movimentação típica de tráfico de drogas, com entra e sai e pessoas”.
Quando os policiais conseguiram entrar no apartamento, um dos rapazes jogou uma serra pela janela e uma porção de droga. Enquanto os policiais buscavam descobrir o que ele havia jogado pela janela, André fugiu pela entrada do prédio, mas foi preso na sequência.
A perícia do Instituto de Criminalística encontrou no apartamento indícios de que o crime foi praticado lá. “Foram encontradas manchas de sangue num colchão, fragmentos no tanque do apartamento, pedaços de pano sujos, uma faca e a serra supostamente usadas no crime. Tudo isso foi recolhido”, contou a delegada.
Além das câmeras de segurança, várias testemunhas ajudaram no trabalho da DHPP. “As pessoas conseguiram nos passar muitas informações, que foram importantíssimas”, considerou Sabrina Alexandrino.
Veja a coletiva de imprensa sobre o crime:
A investigação já está finalizada, conforme a delegada. O trabalho da DHPP segue agora para o poder judiciário. “Temos os autores da execução do crime e os autores na forma de participação, o local onde o crime foi praticado e o motivo do crime”.
André e Renan vão responder por homicídio qualificado por motivo torpe e crime de destruição de cadáver. Já os dois moradores de rua, Marco e Márcio, vão responder por homicídio na modalidade de participação e ocultação de cadáver.
Apartamento alugado
Os policiais descobriram que os inquilinos do apartamento tinham viajado e, por terem gatos de estimação, pediram para que André – que era um conhecido por estar sempre na região – cuidasse dos bichos. “O casal deixou a chave do apartamento com ele, que passou a usar, junto com Renan, para ponto de tráfico”. O casal ficou cerca de duas semanas fora, mas foram ouvidos e disseram não saber que André era traficante.
Vídeo
Veja os vídeos com os suspeitos de esquartejar mulher no Centro Cívico.