“Se pudéssemos defini-lo, seria com uma única palavra: humildade”. Este é o pensamento generalizado dos policiais que trabalhavam com o tenente Ricardo Taborda Costa, de 27 anos, morto ao ser atropelado por dois bandidos na noite de segunda-feira (2). O policial foi velado no Cemitério Municipal de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), e sepultado no Cemitério Municipal Jardim Independência, na mesma cidade.
Além de muita tristeza e emoção, quem esteve pela manhã no velório do tenente também sentia um pouco de alívio. “Estamos todos destruídos, mas pelo menos a resposta para o que aconteceu foi dada. E foi rápido”, considerou uma familiar, sobre a morte dos dois homens que atropelaram o policial, em confronto com policiais militares na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), na manhã desta terça-feira (3), bem perto de onde o atropelamento aconteceu.
O tenente Taborda, como era conhecido, estava há quatro anos na Polícia Militar (PM) e dois no 23º Batalhão, onde trabalhava atualmente. Segundo os colegas de trabalho, era um oficial dedicado e bem quisto em sua unidade. “Um verdadeiro exemplo não só para os subordinados, mas também para os superiores. Um profissional excepcional e um homem incrível”, contou a tenente Falkenbach, que atua também no 23ºBPM.
Outra policial, que acabou não se identificando, definiu o amigo como um homem muito agradável. “Não tinha quem não quisesse trabalhar com ele. Tínhamos o prazer em sair para a rua ao lado dele, além do mais, gostava muito do filho, tinha uma paixão enorme por ele”.
Além do filho, de três anos, o tenente deixou a esposa. O cabo João Antônio, também do 23ºBPM, contou que nunca tinham trabalhado juntos, mas que sabia do carisma do colega de farda e do amor que ele transbordava pela profissão. “Nos encontrávamos só no momento de dar oi e tchau, pois quando um entrava o outro já estava indo embora, mas era visível o amor que ele tinha. Nunca ouvi uma reclamação”.
Diante do crime, o comando da PM decretou luto oficial por três dias. “Mas pra nós vai ser um luto eterno, até difícil de comentar”, finalizou, emocionada, a tenente Falkenbach.