Após muita polêmica

Allana Brittes será a primeira dos sete réus a prestar depoimento nesta terça-feira

Foto: Aniele Nascimento
Foto: Aniele Nascimento

Allana Brittes será a primeira dos sete réus a prestar depoimento à Justiça no caso Daniel a partir desta terça-feira (13) no Fórum de São José dos Pinhais, na região de Curitiba. A juíza Luciane Regina Martins de Paula começa a ouvir os acusados pela morte do jogador em outubro de 2018 na audiência de instrução e julgamento, que vai definir como será o julgamento, inclusive se os réus vão ou não para júri popular.

A ordem dos réus só foi definida após muita discussão entre os advogados de todas as partes. Agendado para começar às 9h, nenhum depoimento foi feito na manhã desta terça. Às 11h45, a juíza decidiu cancelar as oitivas da manhã e decretou horário de almoço. Assim, os depoimentos devem começar somente às 13h, se não houver nenhum outro desentendimento.

Inicialmente, o assassino confesso do jogador, Edison Brittes Jr, seria o primeiro a depor. Entretanto, o advogado que representa a família Brittes, Claudio Dalledone, tentou colocar Edison, Allana (filha do assassino) e Cristiana Brittes (esposa do assassino) como os últimos a serem ouvidos. O argumento foi de que nas últimas posições a família poderia se defender de possíveis acusações que os outros réus façam contra eles em seus depoimentos.

A partir de então, a juíza determinou que primeiro fossem ouvidas as duas rés que não são acusadas de homicídio: Allana e Evelyn Brisola Perusso, jovem que estava na casa dos Brittes quando começaram as agressões a Daniel.

Allana é acusada de coação de testemunhas, fraude processual e corrupção de adolescente. Semana passada, por determinação da Justiça, Allana deixou a Penitenciária de Piraquara para responder o processo em liberdade. Segunda-feira (12), véspera do depoimento, Allana concedeu uma entrevista polêmica ao jornalista Roberto Cabrini, do SBT, em que diz que a culpa de tudo o que aconteceu foi do próprio jogador Daniel.

Já Evelyn é acusada de denunciação caluniosa, fraude processual, corrupção de adolescente e falso testemunho. Ela participava da festa na casa dos Brittes e teria apontado à Justiça uma pessoa que não teve participação na morte.

Agora, os advogados tentam rearranjar a ordem dos depoimentos dos cinco acusados de homicídio.  Também prestarão depoimento à Justiça a partir desta terça os jovens David Willian Vollero da Silva, Ygor King e Eduardo Henrique Ribeiro da Silva, que teriam ajudado a agredir Daniel. Eles são acusados de homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de adolescente.

O caso Daniel

O corpo do jogador Daniel foi encontrado na manhã de 27 de outubro de 2018 em um matagal de São José de Pinhais, na região de Curitiba. A vítima teve o pescoço quase degolado e o órgão sexual decepado.

Antes de ser assassinado, o atleta havia passado a noite na festa de 18 anos de Allana. Depois da comemoração em uma casa noturna no bairro Batel, em Curitiba, o jogador acompanhou a família e outros amigos da jovem para uma outra festa na casa da família Brittes, em São José dos Pinhais, onde foi espancado e, depois, levado para o matagal.

Quais são as acusações dos envolvidos no Caso Daniel?

– Edison Brittes: homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor e coação no curso do processo;

– Cristiana Brittes: homicídio qualificado por motivo torpe, coação do curso de processo, fraude processual e corrupção de menor;

– Allana Brittes: coação do curso de processo, fraude processual e corrupção de menor;

– David Willian da Silva: homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual, corrupção de menor e denunciação caluniosa;

– Eduardo da Silva: homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor;

– Ygor King: homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor;

– Evellyn Brisola Perusso (responde em liberdade): denunciação caluniosa, fraude processual, corrupção de menor e falso testemunho.

“Falam que sou vagabunda, que vivia em festa. A realidade não é essa”. Confira na íntegra a entrevista com Allana Brittes sobre o caso Daniel

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna