Uma tia e uma prima do jogador Daniel Corrêa Freitas, cruelmente assassinado no dia 27 de outubro, um sábado, em São José dos Pinhais, prestaram depoimento na Delegacia de São José dos Pinhais, tarde de quinta-feira (8), para esclarecer como ocorreu o contato da família Brittes com os parentes do jogador, logo após o crime. A tia e prima conversaram com o delegado Amadeu Trevisan, responsável por investigar o caso, por cerca de meia hora. A chegada até a delegacia foi discreta, em um carro com película escura, e não houve contato com a imprensa. As duas são de Minas Gerais.
+ FIM DO INQUÉRITO: Delegado indicia família Brittes mais cinco por morte de jogador Daniel
Segundo o depoimento, Allana Brittes, de 18 anos, filha de Edison Brittes, 38 anos, assassino confesso de Daniel, manteve contato com a mãe do jogador na segunda-feira, depois do crime. Allana se mostrou disposta a ajudar a encontrar notícias do jogador. A jovem chegou a enviar uma foto pelo WhatsApp, tirada pelo parabrisa de um carro, como se ela estivesse a caminho do Instituto Médico Legal (IML) em busca de notícias, para tentar identificar um corpo que havia sido encontrado.
Sobre o que teria ocorrido naquela noite, Allana disse à família do jogador que Daniel havia ficado com uma amiga dela na casa noturna onde o seu aniversário estava sendo comemorado, e que, depois, na casa dos Brittes, Daniel teria ficado no telefone celular por algum tempo, levantado e ido embora. Conforme o depoimento da tia e da prima, Allana chegou a dizer que todos que estavam na casa viram o jogador se despedir e sair.
A polícia prometeu dar mais detalhes sobre o depoimento da tia e da prima na tarde desta sexta-feira (9), quando outras informações sobre a investigação do caso devem ser reveladas. Também são aguardados para esta sexta os depoimentos de pelo menos dois dos quatro ocupantes do carro que levou Daniel Corrêa até o local onde o corpo do jogador foi encontrado. Os dois que devem falar são Igor King, 19 anos, e David Willian da Silva, de 18 anos, que se apresentaram na delegacia de São José dos Pinhais na quinta. Os dois estão indiciados no crime, acusados de participar das agressões à vitima. Eles estão presos na sede do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), em Curitiba, com prisão temporária decretada desde quarta-feira (7).
Os outros dois ocupantes do carro eram o empresário Edison Brittes e Eduardo Henrique Ribeiro da Silva, 19 anos. Eduardo é primo da esposa do empresário, Cristiana Brittes, 35 anos, e é de Foz do Iguaçu, no oeste do estado. Ele foi preso temporariamente em Foz e a sua transferência para São José dos Pinhais é aguardada desde a quinta-feira. A previsão é de que Eduardo também preste depoimento assim que chegar.
Transferência dos Brittes
Indiciadas pela participação na morte do jogador Daniel Corrêa de Freitas, Cristiana e Allana Brittes foram transferidas para a Penitenciária Feminina de Piraquara na tarde de quinta-feira. A transferência de mãe e filha para Piraquara foi decidida na tarde de quarta-feira (7), após o interrogatório de Edison Brittes, que também ocorreu na quarta e durou cerca de seis horas. Havia uma expectativa anterior de que Cristiana e Allana fossem levadas para o 5º Distrito Policial. Antes de deixar a delegacia, mãe e filha passaram por exames de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML). A prisão delas é em caráter temporário.
Na tarde de quinta-feira, o empresário Edison Brittes também foi transferido da delegacia para um Centro de Triagem localizado no Centro de Curitiba. Ele deve ficar no local até a abertura de vaga no sistema prisional, enquanto seguem as investigações do caso. A defesa da família Brittes explicou que esse tipo de transferência é normal, já que os acusados não podem ficar detidos na delegacia.
Investigações
Ainda na quinta-feira, o delegado Amadeu Trevisan pediu uma nova perícia na casa dos Brittes, em São José dos Pinhais. Este foi o terceiro trabalho dos peritos na residência. Ainda nessa semana, depois do depoimento de algumas testemunhas, o delegado afirmou que não houve tentativa de estupro do jogador.
Amadeu Trevisan, que ainda não se posicionou depois de ouvir Edison, já tinha dito que as testemunhas apontam para um pedido de ajuda de Daniel e não de Cristiana. “A versão da tentativa de estupro, com essas testemunhas, e com o arrombamento da porta também. Ele estava muito embriagado, estava muito aquém de conseguir realizar algum estupro. Para nós, o Daniel simplesmente estava na cama”, afirmou o delegado.
+ Confira o desenrolar dos acontecimentos:
Sábado (27): Ex-jogador do Coritiba é encontrado morto em São José dos Pinhais
Quarta (31): Corpo de Daniel é velado em Minas Gerais
Quarta (31): Daniel foi espancado antes de ser morto, diz testemunha
Quinta (1): Suspeito de matar ex-jogador é preso, junto com esposa e filha
Sexta (2): Conversas de Whatsapp apontam que filha de suspeito fez contato com família de jogador
Sábado (3): Saiba em que condições está presa a família Brittes, acusada da morte do jogador Daniel
Segunda-feira (5): Rapazes que testemunharam morte do ex-jogador Daniel devem depor nesta semana
Terça-feira (6): “A família está mentindo”, diz delegado após depoimento de mãe e filha
Terça-feira (6): Novos depoimentos desmentem estupro do jogador Daniel
Quarta-feira (7): ‘Daniel foi assassinado com requintes de crueldade’, diz promotor
Quarta-feira (7): Celular de Cris Brittes é entregue à polícia
Quarta-feira (7): Veja o que Edison Brittes disse à polícia em depoimento nesta quarta
Quinta-feira (8): Cris e Allana Brittes são transferidas para presídio feminino em Piraquara
Sexta-feira (09): Moto ostentada por Brittes era de traficante, diz delegado
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Edison Brittes dá detalhes dos momentos que antecederam a morte de jogador