O adolescente de 17 anos que atropelou e matou três jovens em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), se apresentou à delegacia da cidade na tarde desta terça-feira (29), depois de quatro dias do acidente que provocou. O menino foi ouvido e a Polícia Civil deve encerrar as investigações nos próximos dias, mas o rapaz já está solto.
Conforme o delegado Cassiano Aufiero, depois de se entregar, o adolescente prestou depoimento e foi encaminhado ao Ministério Público do Paraná (MP-PR). O órgão era o responsável por decidir quais medidas socioeducativas que o jovem deverá cumprir. “Ele foi ouvido, encaminhado à promotoria, mas foi liberado. Se fosse maior de idade, teria sido indiciado por mim por homicídio doloso”, explicou.
Três mortes
O adolescente é o responsável por atropelar e matar Rosilene Rocio da Luz, 15 anos, Danikelly de Paula França, 18, e Josiane Rodrigues Narciso, 31. O acidente aconteceu na noite da última sexta-feira (25), no quilômetro 118 da BR-277, em Campo Largo, enquanto as três tentavam atravessar a rodovia junto com outras pessoas.
O rapaz dirigia um Monza, que era do avô dele, um idoso de 74 anos. Com o impacto, os corpos das vítimas foram arremessados a uma distância de aproximadamente 15 metros, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
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Depoimento à polícia
Aos policiais, o adolescente disse que estava acompanhado de um primo, mas confessou que ele realmente dirigia o carro e disse que foi um acidente. “Ele contou que tinha ingerido bebida alcoólica, mas disse que não estava num bar e sim tinha saído para comprar pão”.
O rapaz contou que no momento do acidente tentava aproveitar o sinal verde. “Disse que acelerou para passar, acabou não vendo as vítimas atravessando e, devido à velocidade, disse que estava a 70km, não conseguiu frear e acertou elas. O carro morreu, ele não conseguiu ligar de novo, ficou com medo de ficar no local e fugiu a pé”, completou o delegado.
A hipótese de ter sido proposital, que chegou a ser investigada, foi descartada. Isso porque, segundo o delegado, o apesar dos comentários de que o adolescente teria uma desavença com uma das vítimas, nada ficou comprovado. “Ele disse que nem conhecia as meninas. Além disso, não houve nenhuma narração por parte das testemunhas de que ouviram pneus cantando como se alguém tivesse acelerado para atropelar as pessoas. Ouvimos alguns guardas municipais, que presenciaram o acidente, e também acreditavam ser um acidente e não algo premeditado”, explicou Cassiano Aufiero.
Tudo errado
A velocidade máxima no local onde ocorreu o acidente é de 60 km/h, no entanto, apesar de o menino ter dito que estava a 70 km/h, somente a perícia poderá apontar a velocidade em que o Monza trafegava. Além do adolescente, que certamente não poderia estar com o carro, o avô dele – dono do carro – também não tinha Carteira Nacional de Habilitação (CNH). “Ele disse que tinha comprado o veículo do avô”, completou o delegado, que explicou ainda que o carro deve ser devolvido ao proprietário documental.