Uma adolescente de 17 anos foi flagrada na tarde deste domingo (04), durante o horário de visitação na Colônia Penal Agroindustrial (CPAI), em Piraquara, sem credencial de visita e desacompanhada. Segundo informações extraoficiais, a menina teria passado a noite no local, ao qual teve acesso por um matagal, orientada por dois presos. Ainda não se sabe o motivo da “visita”.
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Em nota enviada à Tribuna do Paraná, o Departamento Penitenciário do Estado do Paraná (Depen) informou que a Polícia Militar (PM) e o Conselho Tutelar de Piraquara foram acionados e que um procedimento administrativo – bem como inquérito policial – serão abertos para apurar o caso. Ainda em nota, o órgão informa que o diretor do Depen, Luiz Alberto Cartaxo Moura, determinou o afastamento dos servidores envolvidos no caso. Todos devem ser submetidos a um procedimento disciplinar junto à Corregedoria do Departamento Penitenciário.
Além dessas medidas, Cartaxo determinou também o retorno imediato do diretor da Colônia Penal que se encontrava em férias e determinou afastamento de dois colaboradores: um diretor da área de segurança, e um inspetor que prestava serviços naquele dia.
Já o preso envolvido deve ser submetido a um procedimento disciplinar visando a regressão de regime, de acordo com o Depen.
Por telefone, o Conselho Tutelar de Piraquara informou à Tribuna que a jovem foi identificada e recolhida do local ainda na tarde deste domingo (04). A jovem foi levada ao Conselho Tutelar de Mandirituba – cidade de sua origem – de onde deve ser encaminhada de volta à família.
Falta de segurança
Para o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), a entrada de menor na Colônia Penal é consequência da falta de segurança na unidade. Segundo o sindicato, a CPAI conta hoje com cerca de 1000 presos em regime semiaberto, que ficam distribuídos entre os alojamentos, a olaria e o parque industrial, numa área cercada por mato, sem iluminação e sem cerca de segurança.
“Para dar conta de toda a massa carcerária em todas essas áreas e nessas condições de trabalho, existem apenas 15 agentes por plantão noturno, já excluindo os casos de férias e licenças. A situação de abandono é tanta que há dois meses os agentes do CPAI estão sem sistema para checar se as carteiras de visitantes são verdadeiras ou estão válidas”, afirma o Sindarspen, em nota.
Outros problemas relatados pelos representantes dos agentes, são a falta de infraestrutura, como telefone cortado durante meses e a falta de alcance dos rádios comunicadores. “É humanamente impossível que uma equipe tão pequena e sem qualquer infraestrutura consiga dar conta de uma unidade com tantos presos e com funcionamento tão complexo quanto a CPAI”, relata o Sindarspen, que ainda afirma aguardar que alguma medida efetiva de segurança seja tomada pelo governo, sem que somente os agentes sejam responsabilizados pelos problemas.
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