Em liberdade

Acusado de mandar matar fiscal de combustíveis não fica nem 24 horas preso

Mandado de prisão que tinha sido cumprido pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Foto: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo

Onildo Chaves, acusado de ser o mandante da morte de Fabrizzio Machado da Silva, não ficou nem 24h preso. Ele saiu, no sábado (17), através de uma decisão judicial de habeas corpus, que revogou o mandado de prisão que tinha sido cumprido pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

O homem foi preso numa ação da DHPP, na noite desta sexta-feira (16), enquanto estava num cinema de um shopping de Curitiba. O mandado de prisão tinha sido assinado pela juíza Karine Pereti de Lima Antunes e foi baseado numa manifestação do Ministério Público do Paraná (MP-PR).

Onildo passou a noite de sexta-feira na carceragem da delegacia, mas foi solto no sábado à tarde. Uma nova decisão, do juiz Rodrigo Fernandes Lima Dalledone, determinou que ele fosse colocado em liberdade com base na avaliação do pedido de habeas corpus.

O empresário Onildo foi preso em um cinema de Curitiba na noite desta sexta-feira (16). Foto: Reprodução/Polícia Civil.
O empresário Onildo foi preso em um cinema de Curitiba na noite desta sexta-feira (16). Foto: Reprodução/Polícia Civil.

Para ser solto, Onildo se comprometeu a respeitar algumas restrições impostas. Além de ser monitorado por tornozeleira eletrônica, ele não vai poder usar celular, deve comparecer à Justiça sempre que for solicitado (a cada bimestre, pelo menos), não pode sair de um raio de 50 quilômetros de seu endereço e deve estar em casa sempre às 22h.

Em liberdade

O empresário Onildo Chaves de Córdova, 36 anos, é dono de quatro postos de combustíveis na Grande Curitiba. Segundo as investigações da DHPP, ele seria o mandante do assassinato de Fabrizzio. Depois de ser preso, a defesa tinha conseguido a substituição da prisão preventiva pela liberdade do acusado para que se tratasse em internação clínica.

Essa conversão valeria, conforme a Justiça, até que finalizasse o período de recuperação. Onildo fez o tratamento em período integral e recebeu alta médica no dia 9 de fevereiro. Logo depois, a Justiça avaliou a situação e determinou que fosse preso novamente.

Em nota, Rafael Guedes de Castro, advogado de defesa de Onildo, considerou o decreto “absurdamente ilegal” e disse que a juíza de plantão teria sido induzida ao erro pelo promotor de justiça. “A prisão viola decisão proferida pelo Tribunal de Justiça e pela juíza titular do Tribunal do Júri, que já tinham reconhecido o direito de Onildo responder o processo em liberdade”, reforçou o advogado, que já adiantava que entraria com recurso.

Fabrizzio foi assassinado em frente de casa, em uma emboscada. Foto: Arquivo.
Fabrizzio foi assassinado em frente de casa, em uma emboscada. Foto: Arquivo.

O crime

Fabrízzio foi morto na noite de 23 de março quando chegava em casa no bairro Capão da Imbuia, em Curitiba. Ele já vinha sendo monitorado pelos criminosos. O assassino bateu na traseira do carro do fiscal, que foi baleado na cabeça no momento em que desceu o veículo para saber o que tinha acontecido.

Uma ambulância do Siate chegou a ser acionada, mas a vítima não resistiu aos ferimentos. Toda ação foi registrada por câmeras de segurança. Além de Onildo, a DHPP prendeu outros dois homens, Patrick Jurczyszin Leandro, o “Diabo Loiro”, 23, que teria sido o autor dos disparos, e Ronei Dulciano Rodrigues, 25, que teria ajudado Patrick na execução do crime.

Na época das prisões, o delegado Cássio Conceição, responsável pelas investigações do assassinato,  ressaltou que o crime foi motivado por causa da atividade profissional da vítima, de fiscalizar fraudes nos postos de combustíveis. Em contrapartida, o delegado disse que não era possível, com certeza, que o assassinato do fiscal tenha ocorrido por causa das investigações da operação Pane Seca, que apurava fraldes em postos de combustíveis.

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