Após receber a notícia de que a Justiça de Pontal do Paraná, litoral do estado, revogou a prisão de Cleverson Vargas, um dos réus no processo que apura a morte da Youtuber Isabelly Cristine Santos, de 14 anos, o advogado Claudio Dalleadone Junior, que representa o acusado, comemorou a decisão. Para ele, o Tribunal de Justiça coloca em liberdade um inocente. “Cleverson está livre, um inocente que amargou dez meses de prisão por conta de uma versão fantasiosa. Felizmente a justiça começa a ser feita e com o tempo cada um receberá o que é seu. Ele e o irmão (Everton Vargas) não são bandidos, não procuraram aquela situação, não precipitaram aquela tragédia, pelo contrário, seguiam o seu caminho em família”, concluiu.
Cleverson era o motorista do carro em que também estava seu irmão, Everton Vargas, autor do disparo que atingiu Isabelly, baleada durante uma suposta briga de trânsito em fevereiro deste ano na PR-412. Na ocasião, a jovem voltava de uma entrevista feita no Balneário de Santa Terezinha, quando foi atingida na cabeça por um disparo de arma de fogo. Ela chegou a ser socorrida, mas morreu no Hospital Regional do Litoral, em Paranaguá, cidade onde morava. Os irmãos respondem a primeira fase do processo que vai definir se eles serão, ou não, julgados pelo Tribunal do Júri. O Ministério Público do Paraná (MP-PR), após o depoimento de testemunhas e o interrogatório dos réus, apresentou as alegações finais no dia 30 de novembro.
Na alegação a promotoria se posicionou a favor da soltura de Cleverson e ainda pediu para que ele não vá a júri popular, pedindo para que ele responda apenas pelo crime de embriaguez ao volante e não por homicídio qualificado como partícipe. A juíza Carolina Valiati da Rosa, da Vara Criminal de Pontal do Paraná, foi a favor do posicionamento. No entanto, ela determinou também que Cleverson não se ausente da Comarca em que mora sem prévia autorização judicial e compareça mensalmente em juízo para informar e também justificar suas atividades.
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Indignação
Se a decisão foi motivo de comemoração por parte da defesa dos irmãos Vargas, por outro lado, também causou revolta entre a família da vítima. No Facebook, Rosania Domingos Santos, mãe da jovem, publicou um vídeo contando como recebeu a notícia. “Eu ‘tô’ em pedaços e eu não consigo entender essas leis. Eu não consigo! Eu quero ser forte, mas não consigo. Quando sou forte, vejo que ‘tô’ caindo. Como que uma pessoa participou que de um crime pode sair impune? Respondendo somente por embriaguez? É a minha filha que ‘tá’ lá no cemitério. É o Natal que ela não vai ‘tá’ na mesa, é o Ano Novo que ela não vai ‘tá’ na mesa. Não vou acordar e ver o sorriso dela e eles vão ter uma segunda chance, ele vai passar o Natal com a família, abraçando os filhos. O motorista sai da cadeia só por embriaguez. Eu não admito isso, porque ele ‘tava’ junto naquele carro. O carro não parou sozinho para o irmão disparar seis tiros”, diz parte do registro.
André Tavares, advogado da família de Isabelly, que atua como assistente de acusação no processo, comentou a decisão e disse que espera que a data para o julgamento seja marcada o mais breve possível. “A gente espera que, com o término do recesso forense, a data para julgamento no Tribunal do Júri seja marcada o mais rápido possível, para que ele responda homicídio qualificado e não por homicídio simples”, finalizou.
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