Apesar do esquema de segurança montando para a visita da comitiva presidencial à cidade de Itinga, muitas pessoas conseguiram furar o bloqueio e abraçar Luiz Inácio Lula da Silva. Diversas vezes nos 350 metros que caminhou da beira do rio até o coreto do município, Lula teve de parar para atender aos pedidos dos seus eleitores, que incluíam, além de beijos e abraços, fotos e autógrafos.
Quinze homens cuidaram da seguranças pessoal de Lula. Outros 350 policiais militares foram destacados para a visita. As ruas foram cercadas por uma corda, para evitar a aproximação, e Lula ficava no meio de um cordão humano de policiais, de braços dados. A idéia inicial era que o contato com o público se daria de acordo com a vontade de Lula, que se aproximaria do cordão de isolamento.
Mesmo assim, já nos primeiros passos, o primeiro admirador furou o esquema. O auxiliar de enfermagem Rogério de Oliveira, de 22 anos, de braço engessado, passou pelos policiais, avançou pelo meio dos seguranças pessoais do presidente e o abraçou. Ele também conseguiu um autógrafo.
A cena se repetiu durante todo o trajeto. Houve até quem tivesse só isso como objetivo. A vereadora petista de Novo Oriente de Minas Josina Medeiros, de 37 anos, viajou a Itinga para tirar uma foto ao lado de Lula, para usá-la na próxima campanha municipal. Já próximo ao coreto da praça, furou o bloqueio, parou o presidente, entregou sua máquina fotográfica para um assessor de Lula e conseguiu o que queria.
A dona de casa Tereza Fernandes Pessoa, de 46 anos, que em 1993 recebeu a visita de Lula durante a Caravana da Cidadania, esperava por sua chegada para um reencontro. Mãe solteira de oito filhos, ela é um dos símbolos da exclusão social da cidade. Ela também insistiu muito e conseguiu chegar ao lado de Lula. Trocou um abraço e deu seu recado: “Tenho muita esperança”.