Apesar do aumento de 30% no efetivo militar na cidade do Rio de Janeiro, a onda de ataques do crime organizado continuou durante a madrugada. Entre as ações dos criminosos está um ataque a uma delegacia de polícia em Bangu (34ª DP). Houve troca de tiros e um morador de rua foi baleado. Os criminosos também atearam fogo em um veículo na Av. Brasil, próximo ao Caju.
Os oito policiais civis que estavam de plantão na delegacia de Bangu, resistiram ao atentados e houve intenso tiroteio no local. O homem baleado foi socorrido no Hospital Carlos Chagas. Os marginais chegaram em dois veículos que ficaram na lateral da delegacia, uma vez que a frente era protegida por barricadas formadas por veículos policiais. Os atiradores estavam armados com fuzis e possivelmente não contavam com a reação policial. Ao empreenderem fuga, lançaram uma granada que explodiu, provocando danos na calçada e no muro de uma residência.
Em Nova Iguaçu, criminosos atearam fogo em um ônibus da empresa Glória, que passava pela Estrada Abílio Augusto Távora, no bairro Dom Bosco. O fogo foi extinto por soldados do Corpo de Bombeiros. Segundo a polícia, sete homens que estavam em um veículo obrigaram o ônibus a parar. Antes de atearem fogo, exigiram que os passageiros descessem. Não há vítimas de queimaduras nem de intoxicação pela fumaça.
Por volta das 20 horas, durante uma ação de tomada da favela do Muquiço, em Guadalupe, junto à Av. Brasil, na noite de ontem, a PM apreendeu dois fuzis, oito bombas de fabricação caseira e uma granada. Também lá aconteceu tiroteio e, segundo a polícia, cinco supostos traficantes foram baleados e morreram. Das 700 favelas cadastradas pela prefeitura do Rio, 21 já foram ocupadas pela polícia. Na Cidade de Deus, na zona oeste, traficantes fecharam uma estrada para atacar ocupantes de veículos que trafegavam pelo local.
Duas horas mais tarde, um tiroteio entre policiais e traficantes dentro da Cidade de Deus, em Jacarepaguá, provocou pânico entre os motoristas que passavam nas ruas e avenidas em torno da segunda maior favela da zona oeste do Rio. Por alguns minutos, o tráfego ficou interrompido na Rua Marechal Mendes Salazar, que cruza a comunidade.
De acordo com policiais do 18º Batalhão de Polícia Militar (BPM) os traficantes tentaram fechar a via ateando fogo em um sofá, mas foram impedidos pela polícia, que reagiu. A polícia não sabia se os traficantes articulavam um novo ataque.
Promessa
Os incidentes aconteceram horas depois de o secretário de Administração Penitenciária, Astério Pereira dos Santos, ter anunciado, na tarde de ontem, que os ataques não voltariam a ocorrer. "Não vai acontecer mais nada, estou convencido disso", disse ele, referindo-se ao dia de terror vivido pelos cariocas, na quinta-feira. Segundo Santos, informações do serviço de inteligência da polícia mostram que não havia ordens para novos ataques.