O Ministério Público Federal tomou o depoimento de um segurança do Senado que diz ter testemunhado a retirada de documentos da Casa horas antes de uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal que investigava fraudes em licitação. Com base nesse depoimento, o Ministério Público suspeita que a suposta operação de retirada de documentos dos arquivos do Senado teria começado antes da madrugada do dia 26 julho, dia da operação.
A batida da Polícia Federal no Senado foi um fiasco: foram apreendidos apenas dois DVD’s e um lap top. O diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, foi avisado, na ocasião, da operação pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Ele telefonou para o diretor-geral à uma hora da manhã do dia 26 de julho e pediu que ele acompanhasse a ação dos policiais. Às seis horas da manhã, os agentes da PF chegaram ao Senado, mas não acharam nada.
Maia afirmou nesta segunda-feira (27) que "não tem o menor fundamento" a história que teria sido contada pelo segurança sobre a retirada de caixas de documentos do Legislativo antes de uma operação de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal. A batida da Polícia Federal, no Senado, ocorreu no dia 26 de julho e fazia parte da "Operação Mão-de-Obra", que investigou fraudes na contratação de empresas que terceirizam mão-de-obra a órgãos públicos. O Senado foi uma das repartições investigadas.
"É uma coisa sem pé nem cabeça. Não tinha nada o que tirar antes da operação", disse Agaciel. Ele afirmou que os agentes da Polícia Federal levaram toda a documentação que quiseram do Senado. "E o que a PF não levou o presidente Renan Calheiros mandou que entregássemos", afirmou. Agaciel lembrou que a Polícia Legislativa fez um relatório completo sobre o movimento de todas as portarias do Senado. "Esse relatório foi protocolado e ficou constatado que não houve nenhuma movimentação diferente nas portarias do Senado", observou.