Brasília ? O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Armas, deputado Moroni Torgan (PFL-CE), avaliou há pouco a acareação entre o ex-técnico de som da Câmara Arthur Vinicius Pilastre e os advogados Sérgio Wesley da Cunha e Maria Cristina Rachado. Para Torgan, "a segurança demonstrada por Arthur fez a tese dos advogados cair por terra". A acareação começou por volta de 11 horas e ainda não foi encerrada.
Ao ser confrontado com os advogados, o ex-técnico de som reafirmou que foi contactado por Sérgio Wesley da Cunha para fornecer a gravação de uma audiência reservada da CPI do Tráfico de Armas. Segundo ele, Maria Cristina Rachado pagou R$ 200 pelo serviço. Os dois advogados negam as ações. Eles representam dois presos acusados de envolvimento com a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
"Está totalmente comprovado que ela (Maria Cristina Rachado) corrompeu o funcionário da Câmara. Espero que sejam tomadas medias urgentes contra os dois, que agiram como pombo-correio do PCC", disse o presidente da CPI do Tráfico de Armas, que defende a suspensão dos dois advogados pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). "Não tenho dúvidas de que os dois são membros do PCC."
Integrante da CPI, o deputado Arnaldo Faria de Sá (PT-SP) responsabilizou Sérgio Wesley da Cunha e Maria Cristina Rachado sobre a onde de violência em São Paulo na última semana. Os dois são acusados de revelar o conteúdo da sessão reservada da comissão. As informações teriam motivado o PCC a desencadear ações ilegais. "Eles vieram a mando do PCC para fazer espionagem na CPI. Essa ação deixou todo mundo revoltado porque muitas pessoas inocentes perderam a vida", lembrou Sá.