Tropas do Exército vão ocupar as ruas de São Paulo. Um helicóptero com câmeras conectadas a uma central de inteligência vai acompanhar os 60 carros da comitiva. Atiradores de elite em prédios com fuzis com capacidade para acertar a 1 km de distância a cabeça do alvo. O esquema de segurança para a visita do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, vai mobilizar 3,9 mil homens do Exército, da Polícia Federal, do Serviço Secreto Americano e das Polícias Civil e Militar de São Paulo.
O principal receio dos organizadores da segurança é algum atentado terrorista praticado por estrangeiro. Manifestações de movimentos sociais não são consideradas uma ameaça ao presidente americano pelos militares ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo. Planejado durante 45 dias, o esquema de segurança para a visita do presidente George W. Bush estará sob a coordenação do general-de-divisão João Carlos Vilela, comandante da 2ª Divisão do Exército. Trata-se de um oficial experiente – comandou no primeiro semestre de 2005 o contingente brasileiro no Haiti, cujos homens enfrentavam de dois a três ataques por dia.
O Exército, aliás, deve usar na missão parte das tropas da 12ª Brigada de Infantaria Leve (Caçapava) que estiveram no Haiti. Além deles, soldados da 11ª Brigada de Infantaria Leve (Campinas) também devem participar da operação. Serão 1.400 homens do Exército dispostos no trajeto do presidente americano. Caminhões e veículos blindados leves devem ser usados no serviço. Eles vão interromper o trânsito com a ajuda da Companhia da Engenharia de Tráfego (CET) e da Polícia Militar à medida que a comitiva americana passar pelas ruas da cidade.
Bush desembarca em Guarulhos e vai fazer o trajeto até um dos hotéis reservados por sua comitiva por terra em uma limusine blindada. Um helicóptero da Aviação do Exército virá da Base Aérea de Taubaté para acompanhar pelo ar o caminho da comitiva. A aeronave, provavelmente um Pantera, contará com câmaras de vídeo ligadas a uma central de inteligência. Não foi divulgado se o aparelho estará armado para combate. Caso seja necessário, outros 600 homens do Comando Militar do Sudeste poderão intervir. Eles ficarão de prontidão para o caso de qualquer emergência ou imprevisto.
O serviço de inteligência do Exército vai pôr seus homens nas ruas e nas proximidades dos locais visitados por Bush – uma ONG no Morumbi e a sede da Transpetro, em Guarulhos. Os militares vão fazer a varredura antibombas nos locais.
Oficiais do serviço secreto americano já estão no Brasil desde a semana passada organizando a visita. Hoje, eles devem treinar tiros com uma equipe de atiradores de elite do grupo Especial de Resgate (GER) da Polícia Civil. O objetivo do treinamento é ajustar as miras das armas que serão usadas pela segurança. Na semana passada, os atiradores treinaram tiros contra alvos a 1 km de distância.
O total de agentes secretos e marines que vão acompanhar o presidente Bush será de 300. A Polícia Federal vai usar 250 de seus homens na proteção dos presidentes Bush e Luiz Inácio Lula da Silva. Serão homens de escolta e atiradores.
Helicópteros das Polícias Civil e Militar ficarão de prontidão. A PM participa com tropas do policiamento de choque e do policiamento das ruas. Ao todo, mil homens vão trabalhar com 300 viaturas na segurança dos hotéis, das visitas agendadas e no trajeto da comitiva de Bush. Já a Polícia Civil mobilizará 300 homens e 50 carros. Eles cuidarão do credenciamento e da segurança da primeira-dama americana.