A inadimplência dos consumidores em março deste ano aumentou conforme informou o indicador Serasa de Inadimplência Pessoa Física. Segundo a Serasa, a alta foi de 13,3% em relação a fevereiro deste ano. Apesar do aumento, o índice foi o menor registrado desde março de 2003, quando houve um aumento de 6,8% na inadimplência das pessoas físicas.
O primeiro trimestre de 2007 registrou uma ligeira alta de 1,2% ante o mesmo período de 2006. Comparando o mês de março de 2007 com março do ano passado, o indicador registrou uma queda de 8 0%.
As dívidas com os bancos foram o principal motivo de inadimplência. Com o primeiro lugar no ranking, as dívidas registraram participação de 37,5% no mês de março de 2007, superando as dívidas com cartões de crédito e financeiras, cheques sem fundos e os títulos protestados. Em 2006, a dívida com os bancos ficou em 32,1%.
A segunda posição ficou com as dívidas de cartões de crédito e financeiras que tiveram uma participação de 31,2%, índice inferior ao verificado em março de 2006, que foi de 31,8%.
Os cheques sem fundos ocuparam o terceiro lugar, com o peso de 28,7%. Os cheques sem fundo representaram 33,2% em março do ano passado.
Os títulos protestados ficaram com a quarta colocação, com a menor participação na inadimplência das pessoas físicas. O indicador apontou 2,7%, uma leve queda se comparado com o de março de 2006 que ficou em 3,0%.
Já o valor médio das anotações de cheques sem fundos de pessoa física no primeiro trimestre de 2007 foi de R$ 592,81, representando um aumento de 7,7% se comparado com o mesmo período do ano passado.
O valor médio de títulos protestados, no mesmo período, teve um crescimento de 5,2% – este ano o valor foi de R$ 802,79. Os registros com cartões de crédito e financeiras tiveram um valor médio de R$ 324,42 e os registros de dívidas com o sistema financeiro, de R$ 1.271,61 – representando uma alta de 15,3% em relação ao primeiro trimestre de 2006.
De acordo com os analistas da Serasa, a inadimplência aumentou por causa do maior comprometimento da renda da população com o crédito consignado, com financiamentos junto ao varejo e com gastos característicos do período como impostos, material e matrícula escolares. Para os analistas, "como a base de comparação é alta, a evolução da inadimplência no primeiro trimestre de 2007 foi de 1,2%".
Para os analistas, a grande variação registrada entre março de 2007 e fevereiro do mesmo ano também deve-se ao menor números de dias úteis em fevereiro, ante março.
O aumento do endividamento estimulou a contratação do crédito pessoal junto aos bancos, o que também aumentou a representatividade das dívidas com os bancos na inadimplência dos consumidores.
De acordo com os analistas, a inadimplência dos consumidores em março de 2006 foi muito alta (22,7%), registrando recorde de cheques devolvidos e aumento dos títulos protestados e da inadimplência com bancos. Por isso, a base tornou-se muito elevada para a comparação de março de 2007 com março de 2006 e do primeiro trimestre de 2007 com o mesmo período de 2006, "então, por conta disso, houve um recuo de 8% na relação março 2007/2006".