Rio ? Os indicadores industriais da produção em outubro mostram que, apesar de estáveis em setembro, o setor não conseguiu reverter a tendência de queda que se acentuou a partir do começo de julho deste ano.
Em outubro, a produção industrial variou 0,1%, enquanto que em setembro foi registrada uma queda de 2,0% em relação a agosto.
Na avaliação da coordenadora da Pesquisa Industria Mensal, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Isabela Nunes Pereira, o fato positivo no resultado mensal é que o setor de bens duráveis, como a indústria automobilística, apresentou bom desempenho em outubro ? o que pode indicar que, após o forte ajuste de estoque no mês passado, a indústria está preparada para aumentar a produção e atender à demanda natural de fim de ano.
"A indústria faz um movimento de estabilidade ainda em outubro deixando para os meses de novembro e dezembro uma decisão sobre o ritmo que ela vai imprimir nesse fim de ano", acrescentou.
Isabela Nunes explicou que a combinação de altas taxas de juros com a valorização do real frente ao dólar pode ser apontada como o principal motivo da desaceleração na produção industrial.
Ela lembrou que a questão cambial afeta diretamente as exportações, o que faz com que aumente a concorrência dos produtos nacionais com os importados, especialmente calçados, tecidos e eletroeletrônicos.
A economista do IBGE não quis fazer previsão para 2006, mas disse que nos próximos dois meses a indústria precisa crescer 2% em relação a outubro, para que a taxa no quarto trimestre deste ano anule os efeitos do resultado negativo do trimestre anterior ? de julho a setembro foi registrada uma queda acentuada em relação a agosto.
