Segundo o IBGE, alfabetização entre os índios brasileiros é de 73,9%

Rio – A taxa de alfabetização dos povos indígenas brasileiros saltou de 50% em 1991 para 73,9% em 2000, porcentagem superior à da população não-índia, com idasde a partir de 15 anos de idade, cujo crescimento foi de 8,1% no mesmo período. Os dados divulgados hoje (13) constam de um estudo sobre a população indígena realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com base nos resultados dos Censos Demográficos de 1991 e de 2000.

A redução do analfabetismo entre os índios e seus descendentes foi maior na área rural, principalmente da região nordeste, onde de acordo com o estudo há grande concentração de reservas indígenas. Em 2000 a região registrou a maior taxa de escolarização entre indígenas: 67,8%, contra 31,6% em 1991.

Segundo o Censo 2000, a taxa de escolarização para as pessoas de 5 a 24 anos de idade em geral era de 68,3%, enquanto para os indígenas atingia 56,2%. Em 1991, apenas 29,6% dos autodeclarados indígenas nesta faixa etária estavam na escola. No início da década de 90, os indígenas com 10 anos de idade ou mais tinham em média dois anos de estudo e passaram para 3,9 anos em 2000. A população em geral tinha em média 5,9 anos de estudo em 2000. Na área urbana, a média de tempo de estudo dos indígenas cresceu de 4 para 5,3 anos, mais o maior aumento ocorreu na área rural, de 1,2 para 2 anos de estudo.

Sobre a mortalidade infantil, o Censo 2000 aponta que os números entre os índios foram bem mais elevados, se comparados com a população brasileira em geral. Em cada mil indígenas nascidos vivos, 51,4 morriam, enquanto entre a população não-índia, em cada mil nascidos vivos, 30,1 morriam.

Também chamou a atenção no estudo o fato de que no país como um todo a mortalidade infantil dos indígenas residentes em áreas urbanas (52,2 por mil) é mais elevada que nas áreas rurais (47 por mil), o inverso do que se verifica para a população em geral. A taxa de fecundidade das índias seguiu a mesma curva das mulheres em geral do país. A queda foi de quase 30% entre 1991 e 2000, ficando em pouco menos de quatro filhos.

Por fim, o estudo mostra que os autodeclarados indígenas eram predominantemente católicos, tanto no censo de 1991 como no de 2000, acompanhando a população como um todo, mas outras religiões ganharam força. Os evangélicos tiveram crescimento, principalmente os de origem pentecostal (novas correntes) de 7,7% para 11,9%, e os espíritas passaram de 0,3% para 0,8%.

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