O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta terça-feira (15) que o governo não adotará nenhuma medida artificial para conter a valorização do real frente o dólar. "O governo brasileiro não vai suprimir o regime de câmbio flutuante, a gente não se mete em aventura, não vamos fazer âncora cambial, o regime está adequado", afirmou o ministro.
Mantega disse que tem procurado explicar que o problema da desvalorização do dólar é uma situação internacional. Segundo ele, há um conjunto de países emergentes que estão sólidos e são atraentes para investimentos, principalmente em dólar. "O problema é que o dólar está se desvalorizando porque a economia americana não está crescendo adequadamente e estas outras economias oferecem condições melhores", analisou.
Segundo ele, o real continua estável em relação a outras moedas, como o euro. Mantega destacou, no entanto, que, como o câmbio é flutuante, o dólar caiu abaixo de R$ 2,00, mas pode voltar. "Não há nada que impeça que ele volte a subir.
O ministro avalia também que a situação cambial reflete o bom desempenho da balança comercial brasileira. Por outro lado, disse o ministro, o governo tem adotado medidas para que as empresas exportadoras se defendam do impacto da valorização do real, com redução de custos financeiros, tributários e uma maior oferta de infra-estrutura. "Tudo isso compensa o aumento do custo cambial. Além disso, empresas brasileiras que exportam podem se defender no mercado local, porque o consumo interno está aumentando", disse.
Para Mantega, o mercado consumidor brasileiro está crescendo a taxas chinesas. Ele citou como exemplo a venda de veículos. "O que interessa é o resultado final, se vai ter lucro ou não. O empresário tem como alternativa o mercado externo como o interno coisa que outros países não tem." Ele disse que o governo vai continuar adotando medidas que barateiem o custo das empresas, como a desoneração da folha de pagamentos, que está em estudo.