Segundo Mantega, câmbio será equilibrado por um conjunto de fatores

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, descartou nesta quinta-feira (5) a redução de alíquotas de importação, como forma de estimular ainda mais o crescimento das importações e reduzir o superávit da balança comercial brasileira. Segundo o ministro, o câmbio valorizado compensa qualquer alíquota de importação.

"A economia brasileira já está bastante aberta. Não há nada que impeça uma abertura maior. Basta que os importadores resolvam importar mais, inclusive porque as importações estão crescendo de forma expressiva. Isto é abertura da economia. E com esse câmbio significa que nós estamos barateando os produtos importados", disse o ministro, que chegou no final da manhã ao Ministério, depois de participar de reunião no Palácio do Planalto. "Mais abertura do que isso, impossível. Isso compensa qualquer alíquota de importação", afirmou.

Mantega disse que nos últimos dois anos houve uma desvalorização entre 20% e 30% do dólar. Como a alíquota de importação varia entre 10% e 12%, segundo o ministro, ela é compensada pela valorização do real. "Então a economia brasileira é uma economia aberta. As importações estão crescendo. Isso é bom. Poderá haver uma queda no saldo comercial, porque é bom que haja saldo comercial, mas ele não precisa ser tão expressivo", argumentou o ministro. Os comentários de Mantega foram em razão de um estudo realizado por técnicos do Banco Central, argumentando que a tendência de valorização do real ante o dólar só será revertida com a redução do superávit comercial.

Para Mantega são vários os fatores que vão fazer com que o câmbio encontre a taxa de equilíbrio: um crescimento maior da economia que leve ao aumento das importações, reservas cada vez maiores e taxas de juros menores. "Então vários fatores vão levar a uma taxa de câmbio de equilíbrio, que eu não sei qual é" disse o ministro. Mantega afirmou que o câmbio está sendo influenciado, não só pelo saldo comercial, mas também pela solidez crescente da economia brasileira. "É um país seguro, com taxa de risco baixa e os investidores querem vir para cá e querem aproveitar. E é claro que as taxas de juros também influenciam, porque o Brasil oferece rendimentos maiores nas aplicações aqui em relação às aplicações em dólares", disse Mantega.

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