Segundo mandato será mais “exigente”, diz Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado (30) que seu segundo mandato será muito mais duro e muito mais "exigente" do que o primeiro, mas que está mais preparado agora e otimista para os próximos quatro anos. Ao participar da abertura de uma exposição de fotos sobre sua campanha feita pelo fotógrafo oficial da Presidência, Ricardo Stuckert, Lula voltou a falar da necessidade de integração dos programas de governo.

"Obviamente que nós, com quatro anos de experiência, temos que trabalhar muito mais, temos de fazer muito mais. Todo mundo já está calejado, todo mundo já sabe o que tem de fazer. As políticas já estão definidas e determinadas", afirmou em uma rápida entrevista ainda na exposição. "Portanto, cada ministro que for trabalhar sabe que não tem programa individual, que os programas estão determinados pelas políticas do governo".

Ao analisar seu primeiro mandato, o presidente deixou a modéstia de lado e afirmou que termina seus primeiros quatro anos em "situação privilegiada". "Poucos presidentes tiveram a felicidade e a alegria de terminar o mandato numa situação tão boa como nós estamos terminando", garantiu. "Do ponto de vista político, econômico e das políticas sociais as coisas deram certo. As pessoas estão podendo viver um pouco melhor".

O presidente afirmou, no entanto, que não tem plano para os primeiros cem dias de seu novo governo porque a "história demonstra que em cem dias as pessoas não conseguem fazer absolutamente nada". "Nós não temos de fazer um plano de cem dias porque estamos numa estrada e numa velocidade que tende a aumentar", disse.

Lula afirmou que já estão prontos os projetos prioritários de infra-estrutura para o segundo mandato, especialmente na área de transportes, que precisa agora se preocupar com a distribuição dos recursos do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e "vai mostrar para o Brasil que está preparando o País para crescer".

Pacote

O novo pacote de medidas econômicas para incentivar o crescimento, no entanto, fica para depois das férias. O presidente informou que desistiu de participar da posse de Daniel Ortega, na Nicarágua, em janeiro, e de visitar Fidel Castro no mesmo período, como havia pensado. "Eu me convenci que preciso tirar dez dias de férias", contou. Mancando, o presidente revelou ainda que voltou a sentir dores no pé direito que havia machucado no mês passado. "É a mesma coisa que me deu na Nigéria (a sua última viagem internacional). Estou com medo que seja a idade", brincou.

Ao chegar na exposição – montada em uma tenda no gramado da Esplanada dos Ministérios – o presidente foi saudado por cantos de petistas entusiasmados que já lotam a Esplanada para a posse, na segunda-feira. Lula deu autógrafos e distribuiu beijos. Dentro da tenda, encontrou Everton Conceição Santos, 8 anos, de Lauro de Freitas (BA), o menino que aparece na principal foto da sua campanha à Presidência este ano.

Everton e a mãe, Odevânia, vieram para Brasília a convite do governo para participar da posse. São dois dos convidados da Presidência e assistirão à posse ao lado de beneficiários de programas sociais, como o Bolsa Família. Everton tirou fotos no colo de Lula e de dona Marisa, posou para fotos com a sua foto e se divertiu.

O presidente ainda aproveitou para visitar a exposição permanente da Marinha, no prédio do Ministério, onde ganhou um livro sobre história naval.

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