Rio ? O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), acredita que o conselho deve concluir nos próximos dois meses os processos contra parlamentares acusados de estar envolvidos no recebimento de dinheiro do empresário mineiro Marcos Valério. "Tenho impressão que podemos terminar seis ou sete processos no Conselho de Ética até o fim da convocação extraordinária. Acho que temos condição de terminar até o fim de março todo o trabalho, que envolve 11 processos", avaliou.
Em entrevista hoje (27) ao programa [Notícias da Manhã], da [Rádio Nacional], ele
contou que sua votação no processo contra o deputado Roberto Brant (PFL-MG) foi um momento difícil que teve que enfrentar. Ontem (26), para desempatar os votos contra e a favor ao pedido de cassação do parlamentar mineiro, Izar foi obrigado a votar, e o pedido do relator do processo no conselho, deputado Nélson Trad (PMDB-MS), foi aprovado por oito votos a sete.
"O Roberto Brant é um amigo. Estou há cinco legislaturas na Câmara e ele também, convivemos há vinte anos", disse Izar. "Mas, na realidade, eu não podia levar em consideração só a amizade. Levei em consideração o trabalho do relator feito em dois meses porque confio neste trabalho. Fiz questão de acompanhar o voto dele e desempatei. Não é nada agradável o presidente do conselho decidir", acrescentou.
O deputado disse ainda ter ficado apreensivo com a possibilidade de o fato se repetir ainda na tarde de ontem, quando houve a segunda votação do conselho, dessa vez, sobre o parecer do deputado Pedro Canedo (PP-GO) para o pedido de cassação do deputado Professor Luizinho (PT-SP). Por nove votos a cinco, o conselho aprovou o relatório do deputado Pedro Canedo (PP-GO). Em um prazo regimental de cinco sessões, o processo será votado em plenário.