O controle do tráfego aéreo a partir de 2017, em todos os países do mundo, será feito por "constelações de satélites" que enviarão informações diretamente para os aviões, o que dispensará o trabalho dos controladores de vôo. A afirmação foi feita hoje, em reunião fechada da Comissão de Viação e Transporte, na Câmara, pelo presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), brigadeiro José Carlos Pereira, e divulgada pelo presidente da comissão, deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS).

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De acordo com o relato de Padilha, Pereira disse que, no sistema de controle de tráfego aéreo do futuro, as "constelações de satélites" servirão a três blocos de países, que terão sistemas próprios: 1) as nações da União Européia, 2) Estados Unidos e Canadá e 3) Rússia. Os demais países terão duas opções: ou criarão seu próprio sistema, ou se integrarão a um desses três blocos.

O sistema de três blocos com sua "constelação de satélites" prevê, segundo o brigadeiro, apenas um centro de recepção na América do Sul. Padilha disse que Pereira contou aos deputados que esse centro de recepção de imagens será instalado no Brasil. O presidente da Infraero disse que o governo do Chile fez gestões para que o centro fosse instalado em território chileno, mas já está certo que será implantado no Brasil.

Esse centro retransmitirá as imagens e dados do tráfego aéreo captado por satélite direto para os aviões. A transmissão direta segundo o brigadeiro, dispensa o serviço dos controladores de vôo. Pereira disse que esse dado é que está dificultando a definição de uma solução imediata para o problema do controle do tráfego aéreo. A uma pergunta sobre a forma de solucionar a questão dos controladores, o brigadeiro respondeu que só existem dois caminhos e que ambos implicam investimentos: 1) aplicação em recursos humanos na formação de novos controladores, que atuariam na fase de transição até 2017, e 2) investimentos em tecnologia para melhorar a eficiência do sistema, já que parte dos equipamentos está obsoleta.

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A reunião da comissão foi convocada para que José Carlos Pereira falasse sobre soluções para a crise no setor de controle do tráfego aéreo. Inicialmente, seria uma audiência pública, mas, como só sete dos 29 integrantes da comissão estavam presentes, Padilha resolveu promover uma reunião fechada para ouvir o brigadeiro.