Rio ? O poder de compra das famílias brasileiras continua aumentando. O terceiro trimestre deste ano registrou a oitava taxa positiva consecutiva. A alta do poder de consumo foi de 2,8% em relação ao mesmo período do ano passado, e de 0,8% frente ao segundo trimestre deste ano. Os dados são das Contas Nacionais Trimestrais divulgadas hoje (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para a gerente do estudo, Rebeca Palis, a expansão está relacionada à manutenção do crédito ao consumidor, à recuperação do emprego e da massa salarial, cujo crescimento de julho a setembro foi de 4,7% em relação ao mesmo período de 2004. Ela destacou que a política de juros altos e a inflação controlada acabaram ajudando na recuperação do poder de compra das famílias.
"A massa salarial cresceu com um aumento de rendimento real e de pessoal ocupado. Além disso, a manutenção do crédito ao consumidor e os preços baixos ajudaram as famílias a consumirem mais", acrescentou.
Por outro lado, o estudo do IBGE mostra que os investimentos no país caíram depois de seis trimestres com resultados positivos, e que a alta da taxa de juros foi um dos fatores que mais contribuiu. No terceiro trimestre deste ano, os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) registraram uma queda de 2,1% em relação ao mesmo período do ano passado, e de 0,9% frente ao segundo trimestre deste ano.
"A taxa Selic (taxa básica de juros) nos dois últimos trimestres, de 19,7%, (abril, maio e junho e julho, agosto e setembro) é a maior desde o terceiro trimestre de 2003 (22%) e afetou a economia como um todo. Neste caso foi um fator limitante para os investimentos, cujos impactos estão sendo sentidos agora", explicou.
Ainda segundo a economista, a queda nos investimentos foi puxada pela retração nos setores da construção civil e de máquinas e equipamentos.