O coordenador de fiscalização de obras do Metrô, Cyro Mourão, afirmou ainda que a companhia não dispõe de equipamentos para aferir a qualidade da construção e medir as condições do solo, e por isso a fiscalização confiava nos relatórios apresentados pela Via Amarela. De acordo com Mourão, a fiscalização do Metrô era apenas visual e o Consórcio Via Amarela, responsável pelas obras da linha 4 – Amarela, respondia pela avaliação por instrumentos e pelas análises da qualidade do concreto.

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Ele foi o primeiro a prestar depoimento nesta quarta-feira (7) à comissão da Assembléia Legislativa de São Paulo, formada para apurar as razões do desmoronamento nas obras da futura estação Pinheiros, na zona oeste da Capital. O deputado Nivaldo Santana (PCdoB) criticou a declaração e disse que o governo não tem qualquer controle sobre as obras da linha 4. Por meio de nota, o Metrô negou que a fiscalização fosse realizada no "olhômetro", e sim, por empresas especializadas.

O chefe do canteiro de obras do Metrô, José Roberto Leite Ribeiro, saiu em defesa do sistema de fiscalização e disse que os técnicos da empresa pública não são elementos passivos e o Metrô não abriu mão da fiscalização. De acordo com Ribeiro, foram produzidos ao longo da obra 197 relatórios revelando problemas de segurança, planejamento, meio ambiente, além de 30 relatórios pendentes. Nenhum desses, no entanto, se referia a estação Pinheiros.

No começo da noite, a comissão começou a ouvir o ex-gerente da linha 4, Marco Antonio Buoncompagno, que pediu licença do cargo após o acidente no canteiro de obras. Ele negou qualquer alteração no método construtivo New Austrian Tunneling Method (NATM) na estação Pinheiros, hipóteses levantadas para justificar redução de custos da obra.

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