O nível da demanda global (interna e externa) aos produtos brasileiros, com ajuste sazonal, atingiu em abril o maior nível desde janeiro de 1987, segundo a pesquisa Sondagem da Indústria de Transformação, divulgada nesta sexta-feira (27) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Segundo o coordenador da pesquisa, Aloisio Campelo, após registrar um nível de demanda entre moderada e aquecida no início do ano, a indústria brasileira passa atualmente por uma fase de aquecimento.
"Agora dá pra dizer que a indústria está numa fase de aquecimento, num ritmo de atividade mais forte em abril e com boas perspectivas para os próximos meses", afirmou Campelo, acrescentando que, ao contrário do crescimento verificado em 2000 e em 2004, impulsionado pelas exportações, dessa vez a expectativa positiva dos empresários está sendo puxada pela demanda interna.
O nível de demanda global avançou 17,1% em abril desse ano na comparação com o mesmo período de 2006, enquanto que, em relação ao mês passado, a alta foi de 5,1%. Já o nível de demanda interna avançou 16,7% nesse mês ante abril de 2006 e 5,9% na comparação a março.
Os indicadores de fatores limitativos à expansão da produção também são bons, registrando o melhor resultado da série histórica, que começou em 1978. Segundo o levantamento, 68% dos empresários estão produzindo sem limitação. "É o maior porcentual de empresários que afirmam que estão produzindo sem limitações. As reclamações do câmbio estão mais diluídas. Alguns setores estão sofrendo, mas a indústria começa a se recuperar.
Campelo destaca que, em 2006, o crescimento da indústria ficou bem abaixo do resto da economia, mas que nesse ano ela pode contribuir mais significativamente com o crescimento do PIB. "A indústria está crescendo de forma concentrada em alguns setores, diferente de 2004, quando foi mais homogênea".
O economista destaca que os setores de química, produtos alimentares, material de transporte, metalurgia, produção de matérias plásticas e mecânica são os que estão em fase ascendente, enquanto que os em situação menos favorável são os de materiais elétrico, celulose e papel e produtos farmacêuticos.
A Sondagem da Indústria Nacional de Transformação consultou 1.000 empresas entre os dias 2 a 25 de abril.