Segundo a FGV, agricultura e metais puxam alta do IGP-DI em 2006

Os aumentos nos preços das commodities no atacado impulsionaram a aceleração na taxa do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) em 2006, que subiu 3,79%, ante aumento de 1,22% em 2005. Segundo informou hoje o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, as cinco principais elevações de preços no atacado – setor que mais pressionou a inflação medida pelo IGP-DI em 2006 -, estão relacionadas direta ou indiretamente ao setor de commodities. É o caso dos aumentos de preços em milho (34,54%); soja (12,21%); cana-de-açúcar (26,47%); fios e cabos de cobre (44,83%); e óleo de soja refinado (25,36%).

"As commodities puxaram a inflação do atacado em 2006 – principalmente as agropecuárias", disse Quadros, ressaltando que das cinco principais elevações, quatro são do setor agrícola. O economista considerou que houve uma espécie de recuperação de preços, em 2006, em commodities cujos preços estavam caindo há um bom tempo. É o caso da soja, cujos preços estavam em queda há dois anos, de acordo com Quadros, e encerraram 2006 com alta expressiva de preços.

O economista informou ainda que, curiosamente, o preço da soja desacelerou (de 9,98% para -0,01%) de novembro para dezembro. Esse produto foi o grande responsável pela elevação menos intensa da taxa mensal do IGP-DI, no mesmo período (de 0,57% para 0,26%).

Porém, o economista considerou que é preciso comparar os dados anuais do IGP-DI de 2005 e de 2006 com bastante cuidado. Ele considerou que a taxa do IGP-DI em 2005 foi a menor da história do indicador – criado na década de 40 -, e beneficiada por uma forte apreciação do real ante o dólar. "A inflação de 2006 pelo IGP-DI triplicou, em relação à de 2005; mas também a inflação de 2005 foi excessivamente baixa", disse, considerando que uma taxa anual de 1,22% não condiz com a realidade atual de inflação no País.

"A inflação passou de uma taxa de 12% (em 2004) para 1,22% em 2005. Caiu muito rápido. Não foi originada de nenhum sacrifício. É claro que teve a atuação de política monetária do Banco Central, mas isso só, isoladamente, não explica a redução", disse, reforçando que a valorização cambial em 2005 foi em grande parte responsável por esse cenário.

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