Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nicanor Duarte Frutos, do Paraguai, tiveram um encontro reservado em Montevidéu, na cúpula dos presidentes do Mercosul, para tratar de assuntos de interesse comum.
Ficou decidido que a partir de janeiro próximo a Eletrobrás vai pagar mais US$ 21 milhões anuais pela energia gerada por Itaipu, correspondente à parte que o Paraguai tem direito, mas não consome.
O pagamento atual é de US$ 250 milhões por ano, pois o acordo binacional estabelece que a energia gerada seja dividida em partes iguais entre os sócios. Como o Brasil consome 95% da produção total, compra o excesso correspondente ao Paraguai ao custo anual agora reajustado para US$ 271 milhões.
Um belíssimo negócio para o país irmão, que entrou na empreitada por ter direito assegurado pelas normas diplomáticas que regulamentam as relações fronteiriças, à metade do curso do Rio Paraná no trecho em que este divide Brasil e Paraguai.
Outro assunto definido por Lula e Frutos diz respeito à construção da segunda ponte entre Foz do Iguaçu e Presidente Franco, no lado paraguaio, na região da tríplice fronteira. A obra está orçada em US$ 50 milhões e será financiada pelo governo brasileiro, com recursos orçamentários do Ministério dos Transportes.
Esta é uma antiga reivindicação da comunidade de Foz do Iguaçu, tendo em vista o total esgotamento da Ponte da Amizade, transformada numa autêntica Babel de veículos e transeuntes indo e vindo de Cidade do Leste.
O início das obras da nova ponte não pôde ser anunciado pelos presidentes do Brasil e Paraguai, tendo em vista que a decisão requer a aprovação dos respectivos congressos.
Todavia, a decisão de construir a ponte está atrasada em pelo menos duas décadas, quando se começou a falar nas dificuldades apresentadas no único acesso entre os dois países, face ao formidável crescimento do número de compristas brasileiros.
O anúncio concede também um desafogo na perspectiva da indústria da construção civil face à retomada da licitação pública de grandes obras de engenharia, como usinas hidrelétricas, rodovias e ferrovias, conforme se aguarda para o primeiro semestre de 2006.
