Os problemas do Fluminense não se restringem ao campo e dão a exata noção do inferno astral do clube. O time não vence no Campeonato Brasileiro há nove rodadas e está ameaçado de rebaixamento. Para piorar a situação, oito homens, três deles armados, assaltaram na madrugada desta segunda-feira a sede do clube, no bairro das Laranjeiras.
A invasão aconteceu quatro horas após a equipe perder o clássico para o Botafogo, por 2 a 1, no Maracanã. Os criminosos renderam e trancaram oito funcionários na sala de supervisão e levaram cerca de R$ 1,3 mil arrecadados pelo estacionamento do clube, computadores, material esportivo e dois carros: uma Pajero prata que pertencia a um professor de teatro que ensaiava peça no local, e uma Fiat Fiorino do Fluminense.
A renda do clássico de domingo (cerca de R$ 168 mil) não foi roubada, porque já tinha sido depositada na conta do clube. Ninguém foi agredido e nenhum tiro foi disparado. Os ladrões arrombaram duas portas durante a ação e fugiram levando um computador que armazenava as imagens das dez câmeras de segurança que monitoram a sede.
O superintendente geral do Fluminense, Carlos Henrique Corrêa, acredita que os assaltantes tenham feito levantamento prévio, não descarta envolvimento de pessoas ligadas ao clube e diz que pode ter havido falha da segurança. "A extensão da sede é grande e, com certeza, tem alguns pontos vulneráveis", afirmou o dirigente, convicto de que os assaltantes invadiram as Laranjeiras pulando o muro da Rua Pinheiro Machado. "A diretoria vai colocar sensores em alguns pontos estratégicos e pedir maior atenção da segurança pública", declarou.
Dentro do campo, a situação continuou caótica, após a derrota para o Botafogo, no domingo. O clube ficou na 16ª posição na tabela de classificação, com 36 pontos, dois a mais que a Ponte Preta, a primeira da zona de rebaixamento à série B.
E, mesmo sem vencer há 11 rodadas, sendo nove jogos pelo Brasileiro, a diretoria assegurou que o técnico Paulo César Gusmão permanecerá à frente do grupo. O coordenador de Futebol Alcides Antunes destacou que não há possibilidade de o treinador ser mandado embora. "O Paulo César fica no Fluminense até o dia em que ele quiser. Sua situação é tranqüila e o trabalho que está sendo feito é satisfatório", disse Antunes.
Vale destacar que este mesmo discurso foi repetido pela diretoria do Fluminense sempre que um técnico estava para ser demitido em 2006. Caso seja substituído, o próximo treinador seria o sétimo do clube neste ano.
