Secretários dizem que governo tem responsabilidade pelo surgimento da aftosa

Brasília ? Secretários estaduais de agricultura responderam hoje (14) a declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a politíca federal de sanidade animal e as medidas adotadas pelo governo brasileiro para conter o foco de febre aftosa identificado no município de Eldorado (MS). Ontem (13), em Portugal, o presidente Lula disse que o caso é isolado e que a responsabilidade de fiscalizar o rebanho não é só do governo.

"Além da responsabilidade do governo de fiscalizar, é (responsabilidade) do proprietário que sabe que precisa fiscalizar porque aquilo é o seu patrimônio, o seu ganha-pão", disse Lula. O secretário de Agricultura de Goiás, Roberto Balestra, considerou a declaração "infeliz".

"Durante todo o seu mandato, ele (Lula) ignorou o agronegócio brasileiro. E pela primeira vez se manifestou e foi infeliz porque ele realmente não repassou os recursos. E agora, nesse momento de crise, é que o Ministério da Fazenda está tomando as medidas para poder colocar os recursos à disposição do setor. Mas ele foi infeliz".

Ontem, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, informou que pediu à área econômica do governo a liberação de R$ 78 milhões para a área de defesa sanitária, que estão contingenciados. Segundo o ministro, este ano, o orçamento original para o setor era de R$ 169 milhões.

O secretário de Agricultura de Minas Gerais, Silas Brasileiro, disse que o presidente Lula é "bem-intencionado", mas "muito mal-informado". "Acho que ele falou de um assunto que não conhecia", disse. O secretário de Agricultura do Rio Grande do Sul, Odacir Klein, também criticou as declarações. "É como dizer que saúde pública é responsabilidade de cada cidadão. Há uma responsabilidade que é pública, que é da União, que é dos estados, que é dos municípios", avaliou.

Os secretários comentaram as declarações do presidente Lula hoje ao chegarem à reunião no Ministério da Agricultura, em que foram discutidas as ações adotadas para conter o avanço da febre aftosa no país. Participaram do encontro 15 secretários estaduais, técnicos do ministério e representantes de órgãos de defesa agropecuária.

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