O secretário Nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa defendeu que todos os advogados sejam revistados antes de visitarem clientes que cumprem pena em presídios. "Tem que revistar todo mundo", disse. "Chefiei um departamento da Polícia Federal onde o Fernandinho (Beira-Mar) esteve e lá os advogados só falavam com hora marcada e pelo parlatório, sem contato físico. Havia um desconforto com a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), mas era uma questão de segurança.
Para Corrêa, não há motivos que justifiquem a presença diária de advogados nos presídios para visitar clientes que cumprem pena: "É uma questão de disciplina, isso não agride a autonomia do profissional", afirmou. O estado, segundo Corrêa, deve providenciar todo aparato tecnológico possível, como bloqueadores de celulares e detectores de metais, para diminuir o contato humano com os presos.
O presidente da Seccional Rio da OAB, Octávio Gomes, acha dispensável a revista pessoal, caso tal tecnologia seja instalada. "Os agentes não estão capacitados e fariam os advogados passarem por situações vexatórias", disse ele, que também defendeu que todos os presídios tenham parlatórios e impeçam o contato pessoal entre preso e advogado.
Corrêa elogiou a atuação do governo paulista na onda de violência que atingiu o Estado. Foi possível, segundo ele, "sufocar a rebelião" sem ajuda federal. "O cidadão percebeu, no final dos eventos, uma certa tranqüilidade e até admiração pelo esforço da polícia", disse.
