O secretário-geral do PMDB, deputado Saraiva Felipe (MG), disse que a decisão da executiva nacional do partido de aprovar a entrega dos cargos federais ao governo serviu como um alerta à administração federal. Segundo Felipe, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva precisa sentar-se à mesa com o presidente nacional da legenda, deputado Michel Temer (SP) para fazer o que defendeu quando assumiu o mandato: conversar, institucionalmente, com a sigla. Temer reclamou que Lula ignora a direção nacional da agremiação, optando por escolher outros interlocutores no PMDB. "O PMDB chegou ao governo por adesão e não para discutir um projeto para o País, o que seria a verdadeira coalizão", disse Felipe, ao avaliar que o resultado da executiva foi um recado. "Um pequeno grupo apropriou-se como porta-voz do governo dentro do PMDB", afirmou ele, que ontem (08) esteve com o chefe da Secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais da Presidência da República, Aldo Rebelo e hoje com o chefe da Casa Civil, José Dirceu. Felipe disse ter advertido Rebelo e Dirceu que o Poder Executivo atua de modo errado com o partido. " Ou vocês ampliam o diálogo e incluem a direção do PMDB e os governadores nas conversas ou terão problemas", avisou a eles, segundo relato do próprio secretário-geral do PMDB. Felipe alertou ainda que o grupo ligado ao Palácio do Planalto não teria maioria na executiva e, portanto, seria derrotado, como aconteceu. Segundo outros integrantes da executiva da legenda, o que mais desagrada ao grupo que defende a independência é o tratamento privilegiado que Lula daria ao presidente do Congresso, senador José Sarney (AP). Por outro lado, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), estaria também buscando interlocução própria com o Planalto com o objetivo de fortalecer a candidatura para a presidente da Casa.

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