Secretário diz que objetivo do PCC é tentar intimidar as autoridades

Brasília – O secretário Nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa, disse que o seqüestro dos funcionários da TV Globo pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) é uma demonstração de que as medidas adotadas pelo poder público estão tendo resultados. ?Essa reação é sinal que a medida de endurecimento está atingindo o seu objetivo, que é causar danos, desconfortos na estrutura criminosa?, afirmou. ?Isso confirma a nossa tese. Quando o Estado endurece com esses criminosos profissionais começam as reações?.

Para o secretário, o seqüestro foi uma ação ousada do PCC que teve o objetivo de tentar intimidar as autoridades. ?Eles reagiram primeiramente contra as polícias e com algumas ações generalizadas de violência. Talvez, na avaliação deles, perceberam que o Estado não estava se intimidando com isso?, avaliou.

Os integrantes do PCC seqüestraram, no sábado (12), o jornalista Guilherme Portanova e o auxiliar técnico Alexandre Coelho Calado, funcionários da TV Globo, para exigir a veiculação de um comunicado. No vídeo, os criminosos questionam a constitucionalidade do Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), em que o isolamento dos presos é maior.

De acordo com Corrêa, o que está ocorrendo no estado de São Paulo é uma medição de forças entre os integrantes do PCC e as autoridades de segurança pública. ?A crise de São Paulo está numa fase de enfrentamento entre Estado e a organização criminosa?, disse. ?É um período de provação que, com certeza, vamos superar e vai se consolidar um modelo de endurecimento comprovado como uma forma de desestruturar essas organizações?.

O secretário destacou que esses ataques do PCC são um ?tiro no pé?, que resultarão em medidas mais rigorosas de combate ao crime. ?O que eles vão conseguir é mobilização, inclusive social, contra o crime, que vai nos dar mais respaldo para continuar nessa luta e cada vez dificultando mais [para eles]?, defendeu.

Corrêa lembrou que foi o que ocorreu com o assassinato do jornalista Tim Lopes, em 2002, no Rio de Janeiro. A morte ocorrida quando o repórter fazia uma matéria sobre abuso de menores e tráfico de drogas em bailes funks gerou uma mobilização, segundo o secretário, que motivou ações policiais que resultaram na prisão e morte de lideranças criminosas.

O secretário participou nesta segunda-feira (14) do 1º Encontro Nacional dos Líderes de Associações e Sindicatos da Polícia. O evento reuniu representantes de associações e sindicatos de policiais civis e federais de 18 estados e do Distrito Federal.

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